Porto Velho, a cidade das Três Marias, é um município privilegiado. Seus cidadãos e cidadãs, assim como a maior parte do povo brasileiro, batalha diuturnamente para pagar impostos e apresentar respostas à altura de acordo com suas obrigações.
Infelizmente, em contrapartida, os gestores que passaram pela Prefeitura de Porto Velho e demais agentes que compõem o alicerce administrativo da Capital não se comportam da mesma maneira.
Para se ter uma ideia razoável, apenas em relação ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), são 93 empreendimentos distribuídos nas áreas de infraestrutura energética, infraestrutura social e urbana, além de infraestrutura logística.
Dentro desses setores, há subgrupos de investimento, como transmissão de energia elétrica, construção de unidades de saúde básicas, pavimentação, quadras esportivas e aí por diante.
Os dados estão disponíveis na página do Ministério do Planejamento no link http://www.pac.gov.br/infraestrutura-social-e-urbana/ro.
Um bom administrador com tantos recursos à disposição e sem contar ainda a compensação das Usinas do Madeira (tudo bem, um tanto quanto arrastada) e a própria receita municipal teria a grandessíssima oportunidade de fazer com que a Cidade do Sol se tornasse um exemplo para o País inteiro, não só para a Região Norte, como já deveria ser.
Tantos deputados estaduais e federais, além dos senadores, todos ótimos oradores que vociferam e bradam aos quatro cantos quando usam suas respectivas tribunas e Porto Velho parece regredir a cada dia.
Levados a termo de acordo com sua devida proporção, os posicionamentos do controverso Professor Nazareno diante de tudo isso sequer parecem exagerados quando observamos minuciosamente o andar da carruagem neste berço.
Ruas esburacadas, trânsito desastroso, escolas sem estrutura mínima – muitas delas alvo de assaltos contumazes, unidades de saúde sem material, medicamentos e pessoal, insegurança pública, falta de iluminação, coleta de lixo meia-boca, pessoas vagando com a mão na frente e outra atrás sem a devida assistência e isso é só o começo. A lista é longa. Não caberia num texto.
Desnecessário apontar culpados de forma nominal. A população sabe muito bem quem foram – e quem é – os ocupantes da cadeira mais cobiçada no Palácio Tancredo Neves. Aliás, é bom lembrar que essa responsabilidade, apesar de ser maior no caso dos prefeitos, também recai sobre os demais políticos, mesmo que por inércia, pela falta de pulso e de cobrança.
Qualquer um que tenha a curiosidade de comparar Porto Velho a Ji-Paraná, pelo menos visualmente falando, terá uma surpresa desagradável. Melhor dizendo: é bom saber e ter consciência de que Jipa desponta como uma cidade modelo para o restante do Estado, mas ao mesmo tempo é triste compreender que a Capital de fato está jogada às traças e nada tem sido feito no sentido de mudar essa realidade.
Por conta disso é importantíssimo que o eleitor tenha mais consciência dessa vez na hora de escolher seu representante, principalmente o prefeito. Senão é possível que tenhamos aí mais uma década de retrocesso.
Fonte: Rondoniadinamica