A Justiça de Machadinho D’Oeste (RO) aceitou a denúncia do Ministério Público de Rondônia (MP-RO) contra o pai da menina de 13 anos que escreveu um pedido de socorro na prova escolar para denunciar que sua mãe era vítima de violência doméstica. A partir de agora, o homem passa a ser réu e responderá por violência doméstica.
“Por favor, me ajuda. Meu pai bate na minha mãe, chama pra mim a polícia”, dizia o recado deixado na prova para a professora.
A denúncia contra o pai da criança foi enviada pelo MP-RO nesta semana e aceita pelo pelo judiciário nesta sexta-feira (10). O processo, com classe de ação penal de lesão corporal decorrente de violência doméstica contra a mulher, segue em segredo de justiça.
O agressor teve a prisão preventiva cumprida no último sábado (4). Ele foi encontrado no sítio da mãe dele no município de Vale do Anari (RO) e, após a prisão, o réu foi conduzido à Casa Detenção de Machadinho D’Oeste, que fica a cerca de 55 km de distância.
A mulher resgatada da casa do suspeito segue amparada em casa de familiares. Desde o início da investigação foi solicitado medida protetiva de urgência em favor da vítima, proibindo o suspeito de se aproximar também das testemunhas.
Dos filhos do casal, três são meninas, sendo uma de 16 anos, outra 14 e a de 13 anos, que escreveu o recado na prova, e também um menino de 8 anos, estão abrigados no Conselho Tutelar.
Denúncia em prova escolar
A menina de 13 anos, filha do casal, foi quem escreveu o pedido de socorro na prova da escola em novembro, onde dizia que a mãe sofria violência física por parte do marido, em Vale do Anari.
Após a foto com o recado viralizar nas redes sociais no início de dezembro, o caso foi encaminhado para a polícia de Machadinho D’Oeste.
André Kondageski, delegado responsável pela investigação, explicou que encaminhou uma equipe da Polícia Civil ao endereço que a menina escreveu na prova.
Ao chegar na residência, foi preciso paciência e poder de convencimento para que a mulher fosse retirada do ambiente de violência doméstica. Depois de ser ouvida na delegacia, ela foi amparada na casa de parentes.
De acordo com o delegado, as agressões psicológicas e físicas contra a mulher começaram quando o casal ainda morava no Pará. O agressor teria começado a culpar a mulher por conta da morte do primeiro filho deles.
As crianças contaram à polícia que após uma delas ser agredida pelo pai, todas foram expulsas de casa.
Sem ter para onde ir, os filhos pediram ajuda a funcionários de uma rádio no Vale do Anari. Na sequência, foram encaminhadas ao Conselho Tutelar.
Fonte:G1/RO