O nível do rio Machado atingiu os 11,81 metros de profundidade, nesta terça-feira (22), superando a marca histórica registrada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Segundo a Defesa Civil de Ji-Paraná, cerca de 100 famílias já deixaram as casas e mais de 600 residências foram atingidas pelas águas.
O registro dessa terça ficou mais de 10 centímetros acima da marca de 2014, quando o rio Machado atingiu 11,67 metros de profundidade. A marca de 8 anos atrás era, até então, a maior já registrada pela ANA em Ji-Paraná.
Das mais de 100 famílias desalojadas, apenas duas precisaram ser alojadas no abrigo montado no Ginásio de Esportes Adão Lamota, na rua Ipê (T-17), segundo distrito de Ji-Paraná. As outras famílias em situação de risco buscaram abrigo em casas de familiares.
“Ji-Paraná está preparada, com um local seguro garantido para essas pessoas que necessitarem de socorro. Com alimentações diárias e todo o atendimento necessário para essa população”, garantiu o prefeito Isaú Fonseca.
As águas dos rios Machado e Urupá já atingem moradores dos bairros Casa Preta, Duque de Caxias, Primavera, São Francisco, Novo Urupá, Centro, Vila Jotão e Urupá. Trechos como a avenida Transcontinental (marginal da BR-364) e as avenidas 6 de Maio e Clóvis Arraes estão interditadas por conta da cheia.
Até o fim da tarde desta segunda-feira (21), 16 famílias haviam solicitado o resgate da Defesa Civil, realizada em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Prefeitura de Ji-Paraná, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp).
“O nosso apelo é para que as pessoas não deixem para a última hora. Assim que perceberem que as águas estão invadindo as casas, solicitem o socorro, por meio do telefone 193. Também é importante que as pessoas se lembrem dos documentos pessoais e medições de uso contínuo”, lembrou Meire Zanettin Moura, coordenadora da Defesa Civil de Ji-Paraná.
Desde o último domingo (20), quando o nível do rio Machado superou a marca de 11 metros de profundidade, a Defesa Civil emitiu o alerta vermelho, com orientações aos moradores que moram às margens dos rios.
A coordenadora também ressaltou que, neste momento, não é possível fazer uma previsão se o nível dos rios Machados e Urupá deve diminuir ou seguir em tendência de queda. Para isso, é necessário que os pontos de cabeceiras, nos municípios de Pimenta Bueno e Cacoal, passem por um momento de estiagem.
“Nós realizamos o monitoramento constante das cabeceiras do rio, em Pimenta Bueno e Cacoal, pois o que acontece nos dois municípios influencia diretamente no nível do Machado em Ji-Paraná. A Defesa Civil está à disposição da população, para dar todo apoio necessário aos moradores ribeirinhos”, garantiu Meire Zanettin.
A 8ª Residência Regional (8ª RR) do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem e Transportes (DER-RO) divulgou uma nota informando que está trabalhando para recuperar e desobstruir os pontos mais afetados pelas chuvas, para restabelecer o tráfego nas rodovias estaduais em Ji-Paraná, sob responsabilidade do Governo de Rondônia.