A Polícia Federal informou nesta sexta-feira, 22, que os dez investigados presos na Operação Hashtag foram levados a um presídio federal em Campo Grande. Os brasileiros são suspeitos de compor uma célula terrorista internacional do Estado Islâmico, no País, e estariam preparando atentados na Olimpíada do Rio. A prisão é a mesma onde está custodiado o traficante Fernandinho Beira-Mar.
A Operação Hashtag cumpriu 31 mandados judiciais, entre prisões, buscas e conduções coercitivas na quinta-feira, 21.”A custódia dos presos em presídio federal efetivará a prevenção de atuação terrorista pelo grupo em questão durante o evento internacional sediado no País”, informou o Ministério Público Federal ontem.O procurador da República Rafael Brum Miron, da Operação Hashtag, afirmou que ‘as provas colhidas até o momento possibilitam o enquadramento dos investigados, no mínimo, nos tipos penais que estipulam ‘promover’ ou ‘integrar’ organização terrorista como crime’.
“Entre as principais provas identificadas até o momento, há uma comunicação eletrônica na qual um dos integrantes do grupo conclama interessados a se organizarem para prestar apoio ao Estado Islâmico com treinamento já em território brasileiro. Foram também identificadas mensagens relacionadas a possibilidade de se aproveitar o momento dos Jogos Olímpicos para a realização de ato terrorista”, aponta, em nota, a Procuradoria da República, no Paraná.
Os investigadores afirmam que alguns investigados já haviam feito o ‘batismo’ ao Estado Islâmico (bayat), ‘juramento de fidelidade exigido pela organização terrorista para o acolhimento de novos membros’.Segundo o Ministério Público Federal, ‘tais atos, aliados a uma série de outros graves indícios, demonstraram a imprescindibilidade da prisão temporária decretada, tudo para garantir a segurança e paz pública necessárias à realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016’.
“Por meio de medidas como quebra de sigilo telefônico e de dados, devidamente autorizadas pelo Juízo da 14ª Vara Federal de Curitiba/PR, constatou-se a tentativa de organização do grupo para promoção de atos terroristas durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.
O contato entre os indivíduos dava-se essencialmente por meio de redes sociais, Telegram e demais modos de comunicação virtual, espaço no qual também divulgavam ideais extremistas e de perseguição religiosa, racial e de gênero”, sustenta a Procuradoria.A Procuradoria informou também que ‘embora se tenha constatado indícios de atos preparatórios pelo grupo, não houve notícia de atos concretos para a realização de ataque terrorista’.
O processo tramita em segredo de Justiça, segundo a Procuradoria, ‘a fim de assegurar o êxito da operação e a eventual obtenção de novas provas’.
Fonte:Estadão