Criado como Secretaria de Negócios Estrangeiros, o Itamaraty esteve presente durante a consolidação do Brasil como país independente, explicou hoje (26), em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o coordenador do grupo de trabalho do Itamaraty para o Bicentenário da Independência, embaixador George Monteiro Prata.
O Coordenador do Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independência, Embaixador George Monteiro Prata, é o entrevistado no programa A Voz só Brasil. – Valter Campanato/Agência Brasil
“Quando conquistamos nossa autonomia, nos tornamos um país com identidade própria. Acima de tudo, é um momento de celebrarmos a nossa brasilidade. O 7 de Setembro é uma festa de todos nós, brasileiros”, afirmou o embaixador.
Prata relembrou que as primeiras missões diplomáticas da recém criada secretaria foram para estabelecer o Brasil como Estado soberano perante a comunidade internacional. Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer o Brasil como independente. O acordo de reconhecimento da independência com Portugal, entretanto, só viria alguns anos mais tarde, em 1825.
O coração de D.Pedro
De volta a Portugal em 1832, D.Pedro estava em disputa com D.Miguel, seu irmão, que havia usurpado o trono português da filha de D.Pedro, D.Maria. Na guerra que se seguiu, D.Pedro contou com o apoio decisivo da Cidade do Porto. Antes de morrer, o regente manifestou seu desejo de doar seu coração à cidade.
Preservado em formal e contido em um elaborado recipiente, a relíquia está no Brasil em comemoração ao Bicentenário da Independência. Esta é a primeira vez que o coração de D.Pedro deixou Portugal. “Os portugueses têm muito ciúmes dessa relíquia. Sempre contamos com a boa vontade das autoridades portuguesas. As negociações foram complexas. Coube ao Itamaraty encabeçar as negociações”, explicou o embaixador.
“Eu vejo a vinda do coração como uma oportunidade de homenagearmos a figura central do processo de independência do Brasil. Foi Dom Pedro quem outorgou nossa primeira Constituição. Com essa homenagem, celebramos também o país que nos tornamos”, disse George Monteiro Prata.
Assista à entrevista na íntegra: