O esquema de venda ilegal de ingressos descoberto na Copa do Mundo de 2014 tem uma nova faceta na Olimpíada de 2016.
Uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro aponta que, mais uma vez, uma quadrilha foi articulada em busca de lucros com a comercialização irregular de tíquetes de megaeventos esportivos realizados no Brasil.
O Comitê Organizador Rio-2016 informou que colabora com a investigação.
Essa quadrilha, assim como aconteceu na Copa do Mundo, tem acesso privilegiado a entradas para grandes eventos dos Jogos do Rio ou vendidas dentro de pacote de hospitalidade (em lugares reservados e com serviços inclusos). Após obterem esses bilhetes, integrantes do esquema os revendem a pessoas ou empresas cobrando por eles valor acima do original, o que configura o crime de cambismo. Segundo o UOL Esporte apurou, a configuração da quadrilha é semelhante da descoberta na Copa do Mundo.
Ela, contudo, é maior.
A participação de presos na Copa no novo esquema de cambismo não está confirmada.
Na Copa do Mundo, empresários, donos de agências de viagem e até inglês Raymond Whelan, diretor de uma empresa parceira da Fifa, a Match, foram presos suspeitos participarem do esquema que viabiliza esse tipo de comércio ilegal. Onze pessoas respondem a processo em liberdade pelo caso.
A Justiça arquivou a acusação contra Whelan. O MP (Ministério Público) recorre do arquivamento. Oficialmente, no caso da Rio-2016, a Polícia Civil do Rio de Janeiro não dá mais detalhes sobre o andamento das investigações sobre a quadrilha. Confirma só que o cambismo durante a Olimpíada está sendo apurado.
O órgão, porém, prendeu em flagrante na sexta-feira (5), dia da abertura da Olimpíada, um irlandês no hotel Next Flat, na Barra da Tijuca, bairro que concentra a maior parte das áreas de competição da Rio-2016.
No próprio hotel, policiais colheram depoimentos de torcedores que comprariam ingressos do estrangeiro. No quarto em que ele estava hospedado, foram apreendidas dezenas de entradas para eventos olímpicos, inclusive de pacotes de hospitalidade. Já no sábado, a Justiça do Rio decretou a prisão preventiva de outras dez pessoas suspeitas de vender de forma ilegal ingressos da Olimpíada de 2016.
Em depoimento, eles confessaram fazer parte de uma quadrilha de São Paulo especializada na comercialização de ingressos adquiridos com cartões de créditos clonados.
Procurado pelo UOL Esporte, o Comitê Organizador Rio-2016 informou que está ciente da investigação sobre a quadrilha de cambistas de ingressos da Olimpíada.
Adicionou que colabora com o trabalho da polícia. O comitê acrescentou que montou um esquema de segurança para venda de tíquetes olímpicos visando a minimizar a revenda ilegal. As entradas são numeradas. Tíquetes vendidos irregularmente podem ser cancelados pelo Comitê Organizador caso seja constada a ilegalidade.
O Comitê Rio-2016 informou que existem duas formas de comprar ingressos da Olimpíada de forma garantida: tíquetes comuns devem ser adquiridos pelo site do comitê ou bilheterias oficiais; ingressos de pacotes de hospitalidade são vendidos exclusivamente pela Tam Viagens.
Fonte:Uol