Existem dois tipos de paixões malignas, e são tratados de maneiras diferentes. A ira irrefletida, com um temperamento quente que reage sem discrição ou consideração, é tola e prova que o homem não governa o seu espírito. Uma pessoa assim é difícil e irritante, mas ele pode ser corrigido muitas vezes e recuperado. Entretanto, existe outro tipo de raiva, aquela com raízes profundas de más intenções de inveja ardente e de vingança que planeja causar dano ao outro. Deus e os homens odeiam este perverso monstro.
Antes de aplicar este provérbio, devemos lembrar que nem toda a raiva é pecado. Deus está irado com o ímpio todos os dias (Sl 7:11), E Ele ficou irado com Moisés (Êx 4:14). Moisés ficou justificadamente irado com Israel por adorar o bezerro de ouro (Êx 32:19). E Jesus se irritou com a crueldade dos judeus religiosos (Mc 3:5). A raiva dirigida adequadamente por uma causa justa é boa e santa. Qualquer outra raiva deve ser mantida livre do pecado e posto um fim rápido a ela (Ef 4:26).
Este provérbio está considerando dois tipos de pecados. Os provérbios de Salomão geralmente têm duas sentenças comparando duas coisas. Neste caso, as duas sentenças estão ligadas por uma conjunção coordenativa e indicando que as duas coisas são da mesma natureza, não contrastando opostos. O pecado está sendo comparado com o pecado, não o pecado com a justiça.
Ao comparar o que presto se ira com o de más imaginações, entendemos a diferença de pecados. Um pecado é a raiva impulsiva – o outro é aquele que a prazo longo planeja a maldade. Ao comparar rapidez de se irar com o guardar más intenções, entendemos o grau de diferença do mal e dos resultados. Um pecado é mais doido do que malicioso – o outro tem mais malícia, ou maldade perigosa, do que o doido.
Alguns homens têm um temperamento esquentado (eles são destemperados, um pecado). São infantis em corpos de homens. Eles nunca cresceram ou aprenderam a autodisciplina. São fracos e não conseguem governar o seu espírito. Geralmente têm pais com a mesma fraqueza. Quando provocados, geralmente por motivos insignificantes, perdem o controle dos pensamentos, emoções, palavras ou ações em questão de segundos. A explosão resultante os envergonha como tolos, lhes custando amizades (Pv 12:16; 22:24; 25:8; 29:22).
Outros têm corações negros que desprezam aos outros e guardam a malícia durante longos períodos de tempo. Eles cobrem seu ódio com sorrisos vãos, palavras falsas e bondade mentirosa (Pv 26:24-26). Não existe pecado pequeno, pois é como o assassinato premeditado comparado com o homicídio culposo. Deus e os homens odeiam este tipo de ira maliciosa, que esses monstros cultivam e guardam por longo tempo, enquanto preparam planos de vingança (Pv 6:16-19).
A raiva injustificada de qualquer tipo é pecado (Mt 5:22). Mas fraqueza é uma coisa; má intenção é outra! O surto de raiva é desprezível, enquanto que a maldade intencional é abominável! Não se pode confiar no primeiro que é uma ameaça à paz; mas o outro deve ser evitado e uma defesa preparada como se fosse contra o próprio diabo (Jo 8:44). Moisés e Arão não puderam ver Canaã por causa da raiva endoidecida (Nm 20:10-12), Mas o grande Deus pendurou Hamã e os seus dez filhos por causa da estratégia deles a longo prazo para executar o genocídio judaico (Et 3:5-15; 7:9; 9:13-14)!
Qual a lição a ser extraída? Governe o seu espírito – tanto em curto prazo como a longo prazo! De que forma os outros podem lhe provocar? Você tem provocado ao Deus do céu com ofensas sem fim e ainda continua provocando-O. Se Ele voltar a sua ira ou o seu ódio contra você, isso consumiria a sua vida e o lançaria no inferno. Perdoe o seu vizinho! Perdoe o seu inimigo! Você não tem o direito de se irar defensivamente! Ao invés disso, deixe que eles defraudem você (Mt 5:38-48; ICo 6:7)!
Grandes homens governam seus espíritos; seus espíritos não os governam; e são lentos para ficarem com raiva (Pv 14:29; 15:18; 16:32; Tg 1:19-20). Estes são homens gloriosos (Pv 19:11). As ações dos outros não os movem. Não há honra, masculinidade, ou força em perder a sua compostura, sua calma ou o seu controle, apesar do que os idiotas egoístas pensam. Homens que são dobrados, pervertidos e distorcidos pela raiva, são homens fracos, cujas vidas são fracassos (Pv 25:28; Ec 7:9).
Existem mais lições a serem extraídas? Considere as ações dos outros. Alguns se transtornam em instantes sem motivos; mas o dano geralmente é pequeno, eles retornam à normalidade rapidamente, e pode-se provar a eles a tolice dos seus pecados. Você talvez tenha que corrigi-los inúmeras vezes no futuro, mas eles podem ser recuperados. Outros que não explodem com tanta violência podem guardar desejos mais profundos e mais odiosos que levam a tramas maldosas (Pv 12:2; 24:8; Rm 1:30).
É mais fácil identificar e corrigir a criança que explode com uma rápida raiva quando provocado do que o outro que é passivamente rebelde e guarda a questão dentro de si, onde ela endurece e se forma em ressentimento a longo prazo. As crianças não têm o direito de se silenciarem quando questionados, nem de se isolarem da família, nem de ficarem mal humorados. Pais que permitem ou ignoram estes indicadores, logo, logo poderão se defrontar com monstros cruéis que não têm nenhuma consideração pela família.
Sabedoria é o poder de julgar com justiça, que não permite que a ira tolde a visão, perturbe a alma, confunde a mente, inflame as emoções ou endureça o coração. Despreze a ira em você mesmo e nos outros. Reserve a raiva para os casos raros onde Deus ou a verdade está sendo atacados, não em um lugar onde você pode perder um pouco de dinheiro ou de reputação. Mantenha o seu espírito fortemente governado; ignore o que os outros fazem com você; o Deus do céu criará uma vingança perfeita!