O episódio mais explosivo do esquema de cobrança de propinas por vereadores de Vilhena para aprovar leis sobre o uso do solo e a abertura de loteamentos na cidade pode ser o que envolve a loja de departamentos Havan.
Desde o ano passado, a empresa catarinense ensaia a construção de uma filial em Vilhena e já chegou até a comprar o terreno para erguer seu prédio. Mas, apresentando variadas justificativas, o gigante varejista vem adiando até agora o início da obra.
Embora causas econômicas e variações de mercado possam ter atrasado a chegada da Havan, um advogado entrevistado pelo FOLHA DO SUL ON LINE, e que pediu a preservação de seu nome, diz haver indícios de que achaques de vereadores também teriam espantado o investidor.
Como este site publicou na época da negociação entre a firma e o município, a Havan ofereceria algumas vantagens a fim de facilitar sua instalação na cidade (confira aqui). As compensações, no entanto, teriam sido legais, ao contrário dos outros negócios que a companhia se viu obrigada a fazer para não perder o terreno de 20 mil metros que já havia adquirido para erguer a unidade.
Como, neste caso, as denúncias sobre supostas cobranças de propina ainda não foram formalizadas, tudo o que se sabe sobre o assunto se resume aos rumores ventilados nos meios políticos e empresariais. Mas, o próprio esquema de propinas cobradas de empresários do ramo imobiliário também não passava de boato até a PF e o MPF implodirem a jogada ilegal.
De qualquer modo, com o surgimento de detalhes da ação criminosa na Câmara, é provável que os donos da loja de departamentos sejam chamados a colaborar apontando os nomes de quem os “arrochava”.
Fonte: Folha do Sul