Desde o atípico 23 de março, dia em que, mais de 20 bairros de Rio Branco foram afetados pela cheia de igarapés e em seguida, a cheia do Rio Acre, equipes da Saúde do estado, vem trabalhando para levar assistência aos desabrigados. Só de atendimentos médicos foram realizados 564. Os números são do boletim informativo, criado pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).
Esta foi considerada umas das maiores cheias dos últimos 20 anos. Não só Rio Branco, mas Assis Brasil, Epitaciolândia, Brasileia e Xapuri, decretaram situação de emergência e mais de 3 mil pessoas ficaram desabrigadas. Nos abrigos, foram ofertados atendimentos ambulatoriais com equipes formadas por médicos, enfermeiros e técnicos, testagem rápida para covid-19, vacinação, ações de educação em saúde e fiscalizações da vigilância sanitária.
“Nós já tínhamos um plano de contingência elaborado para este tipo de desastre e só colocamos em prática. Além de dar apoio aos abrigos, também preparamos as unidades de saúde, capacitando profissionais e organizando o fluxo de atendimento. Foram duas semanas de muito trabalho que perdurará enquanto houver necessidade”, destacou a secretária adjunta de Assistência da Sesacre, Ana Cristina Moraes.
Além de pequenos traumas, acidentes com animais peçonhentos e com energia elétrica, problemas comuns em épocas de alagação, outra preocupação da saúde era com as doenças epidemiológicas.
Um levantamento feito nas unidades de referência de Rio Branco, entre 23 de março e 7 de abril, mesmo período de alagação, mostram o aumento das notificações dos casos de Infecção de Vias Aéreas Superiores (Ivas), síndrome gripais, dengue, diarreia, leptospirose, covid-19, entre outras doenças comuns nesse período. Foram 675 casos de Ivas, 625 notificações de dengue, 654 casos de síndromes gripais e 494 de doenças diarreicas.
“Nós já prevíamos esse aumento e para evitar a superlotação em unidades, fizemos a distribuição de materiais, insumos e medicamentos para o atendimento de pessoas em abrigos, além de Hipoclorito de Sódio para tratamento de água para consumo. Nas unidades, também aumentamos a quantidade de profissionais de saúde e o número de leitos de internação e hidratação. A avaliação do momento está sendo feita de forma diária, afim de levar assistência e alcançar a todos que busquem pelo sistema de saúde”, frisou o coordenador do Coes, Edvan Meneses.