(ANSA) – O chefe da campanha de Hillary Clinton, Robby Mook, acusou o FBI de usar “dois pesos e duas medidas” na investigação sobre o uso de um servidor de email privado pela candidata democrata para enviar mensagens oficiais no período em que era secretária de Estado (2009-2013).
Na última sexta-feira (28), o diretor da polícia federal norte-americana, James Comey, havia dito que reabriria o inquérito contra Hillary após ter descoberto novas mensagens envolvendo a presidenciável. No entanto, ele não deu detalhes sobre o inquérito e jogou uma nuvem de desconfiança sobre a candidata.
“O FBI usa de modo despudorado dois pesos e duas medidas”, declarou Mook, após a difusão da notícia de que Comey não quis revelar nada sobre um inquérito que apura eventuais interferências da Rússia na eleição de 8 de novembro devido à proximidade da votação.
Expoentes do Partido Democrata e a Casa Branca denunciam uma tentativa de hackers ligados ao Kremlin de influenciar no resultado da semana que vem para beneficiar o republicano Donald Trump, que é mais amigável ao presidente Vladimir Putin. Nos últimos meses, a legenda liberal tem sido alvo de diversos vazamentos que constrangeram a campanha de Hillary, como aqueles que revelaram ações do comando democrata para favorecê-la em detrimento do senador Bernie Sanders.
Segundo a emissora “CNBC”, um documento que o diretor do FBI não quis divulgar diz que a inteligência dos EUA está convencida de que Moscou está por trás dos recentes ataques cibernéticos contra o ambiente político no país. “É impossível não considerar esse caso como um uso de dois pesos e duas medidas”, acrescentou o chefe da campanha de Hillary, cobrando “explicações imediatas” de Comey.
O jornal “The New York Times”, que apoia a democrata, também criticou o FBI e disse que seu diretor cometeu um “grave erro” ao não ter considerado o impacto do anúncio da reabertura do inquérito dos emails na eleição de 8 de novembro. “Agindo desse modo, Comey pareceu estar mais preocupado em se proteger das críticas. E agora, graças a ele, o Departamento de Justiça e o FBI estão debruçados em centenas de milhares de emails para determinar se contêm algo de relevante antes de 8 de novembro, mantendo o país em suspenso. Este não é o modo de conduzir investigações federais”, escreveu o diário.
Em junho passado, o FBI havia decidido não incriminar Hillary pelo uso de servidores privados durante o exercício do cargo de secretária de Estado por não ter encontrado provas de que ela e sua equipe quisessem violar a lei. No entanto, a polícia descobriu novos emails enviados pela democrata no computador de Anthony Weiner, ex-marido de Huma Abedin, considerada sua colaboradora mais próxima.
As mensagens teriam sido recebidas por Abedin na época em que ela ainda vivia com Weiner, que é investigado por supostamente ter enviado fotos e textos de conteúdo sexual a uma adolescente de 15 anos. (ANSA)