Estudos já mostraram que soja e derivados podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver alguns tipos de câncer. Agora, uma pesquisa publicada no Journal of Clinical Oncology nesta segunda-feira (25) descobriu que o alimento pode melhorar a sobrevida de mulheres vítimas do câncer de pulmão. Estiveram envolvidos na investigação especialistas da Vanderbilt University Medical Center, do Shanghai Cancer Institute e do National Cancer Institute.
Para a análise, foram selecionadas 444 mulheres diagnosticadas com câncer de pulmão que faziam parte do Shanghai Women’s Health Study. Todas responderam a um questionário detalhado sobre sua dieta. Dois anos depois, o questionário foi realizado novamente. Do total de participantes, 318 morreram nos três anos seguintes ao início do estudo.
Os resultados mostraram, entretanto, que aquelas que consumiam mais soja e derivados tiveram melhor sobrevida do que as que consumiam menos. A ingestão do alimento foi associada a um risco 11% menor de morrer em comparação com quem não consumia. Vale lembrar ainda que a soja já foi apontada como protetora dos pulmões, reduzindo em até 40% o risco de desenvolver um câncer nos órgãos entre os que a ingeriam.
A maior parte das mulheres da pesquisa nunca tinha fumado, o que serve de alerta para pessoas que associam a doença apenas ao tabagismo.
Benefícios da soja
O consumo de soja também está ligado à diminuição dos sintomas da menopausa, melhor saúde cardiovascular e ganho de massa muscular. Confira outros de seus benefícios:
Ameniza os sintomas da menopausa
A menopausa caracteriza-se pela diminuição de um hormônio chamado estrogênio e a soja contém substâncias, chamadas isoflavonas, de função semelhante à deste hormônio. “O consumo das isoflavonas presentes na soja diminui a intensidade e a frequência dos calores, da sudorese, das irritações e até da insônia, sintomas típicos da menopausa”, afirma a nutricionista.
Deixa o coração blindado
A ingestão de 40g de proteína de soja todos os dias reduz a pressão arterial em 2,3mmHg, de acordo com estudo da USP em parceria com a Universidade de Tulane (Estados Unidos). O mérito desta vez é das saponinas, elementos contidos na soja e que são capazes de capturar e utilizar os ácidos biliares na digestão – esses ácidos são produzidos no fígado e ajudam na digestão de gorduras, especialmente. Com isso, há diminuição do colesterol total e do LDL (colesterol ruim), evitando o acúmulo deste último nos vasos sanguíneos. Resultado: baixa geral no risco de doenças cardiovasculares.
Auxilia no ganho e na reestruturação de massa muscular
A soja é uma proteína de origem vegetal que, como todas as proteínas, ajuda na formação de massa magra. “Consumindo soja, você melhora a tonificação e o ganho de músculos obtidos a partir da prática de exercícios”, afirma a nutricionista da Unifesp.
Além disso, ela explica que a soja é um alimento funcional com ação antioxidante, capaz de diminuir a produção de radicais livres durante a prática esportiva, especialmente nas atividades de longa duração, mantendo o organismo mais protegido contra doenças.
Traz benefícios ao cérebro
A genisteína é um tipo muito especial de isoflavona, presente na soja: ela melhora as funções cognitivas, como a memória, o raciocínio lógico e a concentração, além de prevenir contra doenças neurodegenerativas, como o Mal de Alzheimer.
Controla o diabetes
Alguns estudos indicam que as isoflavonas melhoram o controle glicêmico e aumentam a sensibilidade de ação da insulina, sendo eficazes na prevenção e no tratamento de diabetes.
Combate doenças gastrointestinais
“A soja é um alimento rico em fibras, portanto ajuda no trânsito intestinal e prolonga a saciedade”, afirma a nutricionista Tarsia Tormena. Há também estudos demonstrando que a soja pode amenizar os principais sintomas da gastrite, como dores abdominais ou diarreia durante um período prolongado.
Auxilia na manutenção óssea
Rica em cálcio (uma xícara de soja tem cerca de 175mg desse mineral, equivalente a cerca de 10% das necessidades diárias de um adulto), a soja contribui para prevenir o desgaste e o enfraquecimento ósseos da osteoporose. Além disso, algumas pesquisas mostram que a ingestão regular deste grão reduz as perdas de cálcio pela urina – o desperdício é menor em comparação ao consumo de proteínas com origem animal.
Ajuda na recuperação de pacientes com DPOC
A descoberta foi feita por pesquisadores de uma Universidade na Austrália e publicada na revista científica Respiratory Research. Os médicos acompanharam mais de 270 pacientes com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), com idades entre 50 e 75 anos e diagnóstico realizado nos últimos quatro anos. Também participaram do estudo 340 pessoas sem o problema nos pulmões.
Entre essas pessoas, um grupo ingeriu 60 gramas diários da leguminosa contra 45 gramas da outra turma. Ao final do estudo, os pesquisadores notaram que os sintomas de DPOC, especialmente a falta de ar, diminuíram entre as pessoas consumiam altas doses de soja. Os resultados positivos também foram observados com a ingestão regular de tofu e de broto de feijão.
Fique atento às contraindicações!
Pessoas com doenças que exigem a restrição protéica, doenças renais crônicas ou até mesmo casos mais graves de gota devem controlar ou até evitar o consumo de soja, de acordo com a orientação médica. Outra contraindicação é para homens com a taxa de esperma baixa.
Cientistas da Universidade de Harvard desenvolveram um estudo sugerindo que alimentos à base de soja interferem na qualidade do esperma e podem comprometer a fertilidade masculina. A explicação para isso está na alta quantidade de isoflavonas, substância de efeitos parecidos aos do estrogênio (hormônio feminino).
Fonte: Minhavida.com