Parceria inovadora entre APAEs, Indústria Fox e ABREE visa arrecadar 10 mil toneladas de resíduos eletrônicos, alinhando-se com a crescente importância da reciclagem e do ESG
Às vésperas do Dia Internacional do Lixo Eletrônico, o Projeto Eletro Solidário surge como uma notável iniciativa de colaboração entre a Federação das APAEs do Estado de São Paulo, a Indústria Fox – empresa brasileira de renome em sustentabilidade e tecnologia – e a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE). Com a meta ambiciosa de arrecadar 10 mil toneladas de lixo eletrônico, essa quantidade equivalente a 10 vezes o peso do Cristo Redentor será reciclada, contribuindo para um futuro mais sustentável e apoiando as APAEs que aderirem ao projeto.
O Projeto Eletro Solidário representa um marco inédito no Brasil, antecipando as ações voltadas para o Dia Internacional do Lixo Eletrônico, celebrado em 14 de outubro. Anualmente, mais de 40 países promovem programas de conscientização sobre a importância do descarte correto de resíduos eletrônicos, e esta iniciativa pioneira busca liderar essa causa em terras brasileiras. O evento de lançamento do Eletro Solidário ocorreu nas instalações da Indústria Fox, localizada em Cabreúva, no interior de São Paulo. Na sequência, caixas coletoras devidamente identificadas foram enviadas para as APAEs em todo o estado, permitindo que pessoas e empresas doem e descartem voluntariamente eletroeletrônicos, mesmo que estejam fora de uso, quebrados, ou obsoletos. A Indústria Fox se compromete a realizar a instalação das caixas coletoras e o recolhimento dos resíduos de forma gratuita.
Os produtos eletrônicos descartados serão submetidos a um processo específico de reciclagem, transformando-se em insumos produtivos que retornarão para a indústria brasileira, impulsionando a economia circular. O valor arrecadado com as doações será repassado às APAEs participantes, fortalecendo seu papel fundamental na sociedade. Marcelo Souza, CEO da Indústria Fox, enfatiza que o projeto visa gerar visibilidade e impacto, abrangendo questões de desenvolvimento sustentável, inclusão social, sustentabilidade, consumo consciente, uso responsável de recursos naturais e proteção climática. Ele afirma: “Precisamos elevar as metas dos projetos ESG no Brasil, e para isso, precisamos unir esforços e levar essa ideia além das aproximadamente cem mil pessoas atendidas pelas APAEs do Estado de São Paulo”. De acordo com o The Global E-Waste Statistics Partnership, o Brasil gera anualmente 10,2 quilos de lixo eletrônico por pessoa, uma tendência que crescerá nos próximos anos devido ao avanço tecnológico contínuo em diversas áreas.
Este projeto é fundamentado no engajamento da sociedade civil na cultura socioambiental e na importância da circularidade de materiais de fonte secundária, cumprindo a Lei 12.305/2010, que beneficia a economia, gera empregos e contribui para o aprimoramento dos serviços oferecidos pelas APAEs às pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla, e Transtorno do Espectro Autista (TEA). A Federação das APAEs do Estado de São Paulo, sediada em Franca, atua há 30 anos prestando serviços de excelência a 308 APAEs em todo o estado, impactando mais de 70 mil pessoas em 645 municípios. Seu comprometimento foi reconhecido pelo CEBAS, Selo A Doar e eleição como uma das 100 melhores ONGs do país. A ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletrônicos e Eletrodomésticos, também parceira do projeto, destaca a importância da ação ambiental de recebimento de resíduos, que beneficia tanto as APAEs quanto o meio ambiente, através de processos de logística reversa. O Projeto Eletro Solidário busca construir um mundo mais inclusivo e sustentável, e diante dos números alarmantes de lixo eletrônico mal descartado na América Latina, essa iniciativa é mais relevante do que nunca. Apenas 3% do lixo eletrônico na região é descartado corretamente, enquanto o restante, 97%, permanece sem monitoramento, perdendo materiais valiosos que poderiam ser recuperados.
No Brasil, o crescimento na coleta de resíduos eletrônicos desde a vigência do decreto 10.240/2020 é notável. Em 2019, foram coletadas 16 toneladas, um número que saltou para 105 toneladas em 2020 e 1,2 mil toneladas em 2021. A meta estabelecida é reciclar 1% do que foi vendido em 2020, aumentando para 3% em 2022, 6% em 2023, 12% em 2024 e 17% em 2025. Alinhado com essas iniciativas, o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu o Decreto 10.936/22, criando o Programa Nacional de Logística Reversa, que visa expandir a rede de pontos de descarte no Brasil até 2025. O lixo eletrônico é um problema global, e o Brasil, como o quinto maior produtor desse resíduo no mundo, está desempenhando um papel fundamental na busca por soluções sustentáveis. A Indústria Fox, fundada em 2009, se destaca como pioneira na reciclagem com base na captação de gases no Brasil, sendo a primeira fábrica de produção reversa de refrigeradores na América do Sul.
A empresa se destaca por unir os três pilares de reciclagem, remanufatura e eficiência energética, alinhados com as novas tecnologias e o desenvolvimento da economia circular e indústria 4.0. Com um compromisso sólido com a eficiência energética e o reaproveitamento de produtos, a Indústria Fox está na vanguarda da transformação sustentável no Brasil. Com a parceria do Projeto Eletro Solidário, a empresa amplia ainda mais seu compromisso social, contribuindo para a redução dos impactos ambientais causados pelo lixo eletrônico e promovendo o desenvolvimento humano por meio da inclusão social, sustentabilidade, consumo consciente e muito mais.
Lucas Almeida, gerente geral da FEAPAES-SP, destaca a importância dessa parceria, que não apenas melhora os serviços prestados pelas APAEs, mas também fortalece a conexão entre empresas e pessoas que desejam se envolver em ações sociais e ambientais. Almeida ressalta que essa iniciativa vai além do aspecto social, contribuindo também para a preservação do meio ambiente, algo que está profundamente enraizado na missão das APAEs.
Helen Brito, Gerente de Relações Institucionais da ABREE, também expressa seu entusiasmo em fazer parte dessa parceria. Ela destaca o impacto duplo da ação ambiental, que beneficia tanto as APAEs quanto o meio ambiente, através de processos de logística reversa já implementados pela ABREE. Este projeto tem como missão não apenas arrecadar toneladas de lixo eletrônico, mas também envolver a sociedade na construção de um mundo mais inclusivo e sustentável. No contexto de uma América Latina que enfrenta desafios significativos na gestão do lixo eletrônico e diante da crescente conscientização global sobre a importância do ESG (Environmental, Social, and Governance), o Projeto Eletro Solidário se destaca como uma iniciativa crucial. Diante do crescimento contínuo da produção de lixo eletrônico no Brasil e no mundo, esse projeto se torna ainda mais relevante. O Brasil descarta anualmente 2 milhões de toneladas desse tipo de resíduo, com menos de 3% sendo reaproveitados.
O país ocupa o quinto lugar no ranking de maiores produtores de lixo eletrônico no mundo, atrás da China, Estados Unidos, Índia e Japão.
Esse cenário coloca um foco crítico na necessidade de ações como o Projeto Eletro Solidário, que visa enfrentar os desafios ambientais e sociais causados pelo crescente acúmulo de resíduos eletrônicos. A iniciativa promove a circularidade de materiais, gera empregos, beneficia a economia, contribui para a inclusão social e, o mais importante, desempenha um papel vital na proteção do meio ambiente. O Brasil, juntamente com parceiros como a Indústria Fox, as APAEs e a ABREE, está liderando o caminho em direção a um futuro mais sustentável, onde o lixo eletrônico é visto não como um problema, mas como uma oportunidade para construir uma sociedade mais justa e um planeta mais saudável.
O Projeto Eletro Solidário é uma demonstração clara de como a inovação, a colaboração e o compromisso com a sustentabilidade podem criar soluções impactantes para desafios globais. Enquanto o Dia Internacional do Lixo Eletrônico se aproxima, essa iniciativa brilha como um farol de esperança e ação em direção a um futuro mais verde e inclusivo.