Em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado anualmente em 20 de novembro, a Coordenadoria da Juventude da Superintendência Estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel) realizará neste sábado (19) o ato “A Mística de Benguela”, a partir das 20h, no Museu da Memória Rondoniense, antigo Palácio Presidente Vargas, em Porto Velho, onde serão mostradas as intervenções artísticas da cultura negra.
Tereza de Benguela viveu no século XVIII, no Vale do Guaporé, e ficou conhecida por liderar o Quilombo de Quariterê, após a morte de seu companheiro. O quilombo abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770. Também por muito tempo ficou conhecida como “Rainha Tereza”.
O evento terá início após da Marcha de Zumbi, que vai percorrer as principais ruas do centro histórico da capital. A concentração da marcha está programada para as 16h, na praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, seguindo até o Museu da Memória Rondoniense.
No ato, que tem a parceria da Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), serão homenageadas 10 mulheres de Rondônia, como a Mãe Esperança Rita, fundadora dos bairros Mocambo e Santa Bárbara, que veio em 1711 de Codó (MA) para Porto Velho; e Lydia Johnson, professora que durante décadas lecionou e dirigiu várias escolas da capital.
Além de ressaltar a importância da cultura negra, o evento busca homenagear todas as mulheres negras que lutaram pela liberdade do seu povo, contribuíram para o desenvolvimento social e econômico do Brasil, mas permanecem sem visibilidade na historiografia oficial do País.
Segundo o titular da Sejucel, Rodnei Paes, o evento é uma oportunidade de homenagear aquelas que lutaram pela cidadania dos negros brasileiros, além de ressaltar seus principais feitos.
Para o coordenador da juventude, Deivisson de Souza, o objetivo do evento é dar visibilidade ao papel exercido pelas mulheres negras, vítimas de duplo preconceito, por serem mulheres e negras, o que por si explica a omissão dessas personalidades na história oficial e o desconhecimento generalizado sobre a sua influência, não só na vida social e econômica, mas também na luta pela cidadania negra.