O polêmico deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), criticou o prefeito Thiago Flores e os vereadores de Ariquemes pela decisão de arrancar as páginas que possuem o conteúdo ideologia de gênero nos livros didáticos.
Wyllys é da base do PT, ou seja, precursores da adição desse conteúdo nos livros didáticos.
A crítica foi feita nesta terça-feira (24) em seu perfil do Facebook.
Leia o texto publicado pelo deputado:
Estamos voltando para a época da inquisição? Toda e qualquer página de um livro que tenha o poder de dar liberdade e de formar cidadãos críticos e com pensamento serão arrancados? Quanto tempo até que recomecem a acender as fogueiras? O prefeito de Ariquemes, Thiago Flores – Prefeito, decidiu, em conjunto com os vereadores do estado de Rondônia, recolher livros didáticos para RETIRAR as páginas que ensinem sobre o respeito à diversidade sexual e de gênero antes de disponibilizá-los para as escolas.
Os livros, elaborados pelo Ministério da Educação, foram APROVADOS E SOLICITADOS pelos professores, que os escolheram para usá-los em sala após um rigorosa seleção de uma equipe técnica FORMADA E CAPACITADA na área da educação. Além de violar o direito a uma educação que promova a igualdade, o prefeito e os vereadores também desrespeitam todo o acúmulo e formação dos profissionais de educação.
Esta decisão é o triunfo da estupidez e da ignorância. Uma decisão cuja simbologia remete ao pior: se a maioria optasse pelo extermínio real de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais das escolas, em vez de seu extermínio simbólico das páginas dos livros, será que o prefeito populista e ignorante mandaria matá-los? Essa atitude veio com a desculpa de se combater a “ideologia” de gênero, uma expressão cunhada pela direita da Igreja católica para dizer que defendemos a ideia de que as pessoas podem mudar de gênero como mudam de roupa. Não é verdade. Essa ideia é uma farsa e é lamentável que prefeitos, vereadores e, sobretudo, jornalistas repitam essa cantilena sem qualquer tipo de crítica ou questionamento.
Quando trabalhamos a promoção da igualdade e o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual é porque a escola não é uniforme, ela é formada de gente branca, negra, pobre, rica, mulheres, homens (cissexuais e transexuais), homossexuais, bissexuais e heterossexuais. A escola é um lugar de diversidade. As pessoas LGBT existem em sua materialidade e não podem ser ignoradas. Há pessoas que são vítimas de violência e têm suas oportunidades reduzidas por causa da sua orientação sexual ou do seu gênero.
A pesquisa nacional sobre o ambiente escolar no Brasil divulgados em 2015 nos mostra dados alarmantes: 73% dos jovens identificados como LGBT foram agredidos verbalmente na escola em 2015 por causa da sua orientação sexual ou identidade de gênero e 60% não se sentem seguros na instituição escolar.
Decisões retrógradas como essa tomada pelo poder público de Ariquemes só ajudam a agravar a violência nas escolas. Confiram aqui o estudo completo – http://www.abglt.org.br/docs/IAE-Brasil.pdf.
A realidade é que existe o medo por parte desses grupos que manipulam as informações a fim de colocar a população contra qualquer iniciativa que queira tornar a escola um lugar de inclusão e enfrente o machismo e a discriminação LGBT através da educação. Eles têm medo de uma educação de qualidade que desconstrua a nossa cultura de violência discriminatória, que dê às pessoas a possibilidade de uma vida com pensamento, porque isso é uma grande ameaça à permanência desses demagogos no poder.
Eu e minha assessoria estamos estudando a melhor forma de impedir essa arbitrariedade. Vamos reagir com força a esse absurdo. Não podemos permitir mais esse ataque à comunidade LGBT.
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