Na edição do dia 25 de julho do podcast Folha Nobre, apresentado pelo jornalista Ivan de Lara, os irmãos Diego Toni da Silva e Douglas Jorge da Silva, sócios-proprietários da Móveis São Jorge, compartilharam com o público uma história inspiradora de empreendedorismo, resiliência e inovação no polo moveleiro de Ariquemes. Em uma conversa descontraída, que durou quase duas horas, os empresários revelaram detalhes da fundação da empresa, os bastidores da gestão, a superação de dívidas milionárias, o impacto da tecnologia no setor e o papel fundamental da família e da fé em sua jornada.
Do Paraná para Rondônia
A trajetória da família Silva começou no Paraná, onde os avós trabalhavam com gaiolas de caminhão. A mudança para Rondônia, em 1988, deu início à atuação no ramo de marcenaria em Ariquemes. A Móveis São Jorge, entretanto, só surgiu oficialmente em 2011, pelas mãos dos irmãos Diego e Douglas.
“A Móveis São Jorge foi fundada por mim e pelo Douglas”, contou Diego. “De nossa família sempre esteve no ramo de marcenaria, mas não com móveis planejados. A gente resolveu já ir direto para o MDF.”
O nome da empresa é uma homenagem ao avô dos empresários, Jorge Padilha. Segundo Douglas, “quando a gente assumiu essa responsabilidade, quisemos manter uma parte desse legado”.
Do zero, com fé e parceria
Apesar de formados em contabilidade, os irmãos decidiram empreender. “Nunca fomos marceneiros, sempre fomos administradores. Sempre fomos apaixonados por gestão e logística”, destacou Douglas. No início, Diego, desempregado, cuidou sozinho da empresa enquanto Douglas mantinha um emprego em um escritório de contabilidade.
A afinidade entre os dois foi fundamental: “A parceria nossa foi fundamental. Se não fosse por isso, a gente não teria sobrevivido”, afirmou Diego. A divisão clara de responsabilidades — um cuidando da produção e o outro das vendas — ajudou na organização da empresa, mesmo com as naturais divergências entre irmãos.
Crise, dívida e recomeço
Em 2014, a tentativa de expandir os negócios com a aquisição de uma marmoraria quase levou tudo por água abaixo. “A gente acabou se endividando porque não conseguimos absorver essa gestão e anexar essa logística dentro da empresa”, relatou Douglas. O prejuízo ultrapassou os R$ 600 mil.
O momento mais difícil, segundo Douglas, foi quando entrou em depressão. “Eu me trancava dentro de casa, não conseguia trabalhar. O Diego segurou as pontas”, relembrou emocionado. A venda da marmoraria em 2016 ajudou a aliviar a dívida, mas só em 2018 os irmãos começaram a “respirar”.
“A gente só vai sair dessas dívidas se a gente trabalhar, cara”, disse Diego ao irmão na época. A dedicação, inclusive aos finais de semana, foi o que os tirou do fundo do poço.
Tecnologia e marcenaria 4.0
Hoje, a Móveis São Jorge é referência em inovação. A empresa possui equipamentos de alta tecnologia, como a Router CNC, que automatiza cortes e usinagens. “Hoje a gente fala assim, a marcenaria 4.0 que está entrando no mercado, a gente já entrou”, afirmou Diego.
Essa evolução não só acelerou o processo de produção como abriu novas frentes de negócio. Os irmãos lançaram um serviço de terceirização de cortes e usinagens para marceneiros, montadores e arquitetos. “Queremos ajudar a profissionalizar o setor e expandir o mercado”, disse Douglas.
Pós-venda como diferencial
Além da tecnologia, o atendimento ao cliente é um dos pilares da empresa. “A gente preza muito pelo pós-venda. Não é simplesmente vender. Porque o móvel vai gerando manutenções e a gente tem uma equipe específica só para isso”, explicou Douglas.
Essa preocupação conquistou a fidelidade dos clientes. “Tem cliente que virou padrinho de casamento. A gente fica no prejuízo, mas não dá prejuízo”, disse Diego.
Reconhecimento e expansão
Mesmo após o fechamento da loja de Porto Velho, os atendimentos continuam. “O cliente quer que a gente vá de Ariquemes, porque confia na nossa mão de obra”, contou Douglas. A demanda ainda é alta e a empresa trabalha com equipe terceirizada comissionada, modelo que também transformou a cultura interna: “Hoje o montador que trabalha focado com a gente tira R$ 3 mil ou mais. Antes era R$ 2 mil e ninguém queria trabalhar”, pontuou Diego.
Compromisso com a cidade e com o legado
Os irmãos deixaram claro o amor por Ariquemes. “Tudo que a gente conquistou nasceu daqui. Nunca pensamos em sair”, disse Douglas. O desejo é que seus filhos deem continuidade ao negócio: “O futuro da São Jorge são nossos filhos. Queremos que conduzam esse legado”, afirmou Diego.
Para ambos, Deus é a base de tudo. “Se a gente não tiver Deus, não é nada”, declarou Diego. Douglas complementou: “Deus é o motivo de continuar. É a base e o alicerce da nossa vida e da nossa empresa”.
Uma história que inspira
A entrevista é um verdadeiro manual prático de superação e gestão empresarial. Em um mercado competitivo, os irmãos Diego e Douglas provaram que é possível crescer com trabalho duro, ética, fé e amor à família.
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