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Um sinônimo de exemplo para os demais presidiários

02/03/2017
in Brasil

Um Sinnimo de Exemplo para os Demais Presidirios

Emerson Franco, de 27 anos, faz palestras de conscientização no Distrito Federal com experiências pessoais no mundo do crime. Quando assaltou pela primeira vez, o brasiliense Emerson Franco tinha 12 anos e uma pergunta: “Por que os outros têm e eu não?”. Após uma série de delitos e uma condenação de mais de 20 anos por crimes hediondos, o rapaz responde à questão no livro “O valor de uma lágrima”, que começou a escrever na cadeia. Em 400 páginas, o Emerson de hoje – com 27 anos – se reencontra com o do passado para entender o que o levou, aos 19, à unidade de segurança máxima do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O livro agora precisa de apoio financeiro para ser editado. Enquanto a oportunidade não aparece, os trechos da própria história, postados no Facebook, fazem sucesso entre os seguidores. “Gente do Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, vem me perguntar quando o livro sai”. Atualmente, Emerson cumpre prisão domiciliar – em que pode ficar em casa, mas deve cumprir horário e comparecer periodicamente diante de um juiz. Neste ano, ele ganhou bolsa de estudos em uma faculdade e começou a cursar sociologia. Agora, o rapaz se divide entre as aulas da graduação e as palestras sobre a própria vida em escolas e casas de internação. Desde maio do ano passado, o rapaz visitou 56 escolas públicas do DF e esteve em mais de 70 casas de recuperação e clínicas de reabilitação. Passou em todos os colégios de Santa Maria, região onde cresceu. Na última quinta-feira (16), ele palestrou na Unidade de Internação do Recanto das Emas – antigo Caje. “Fazer isso com jovens internos em unidades como aquelas por onde passei é uma dívida que eu tenho comigo mesmo.”

Fugindo pela escrita:Emerson passou quase sete anos no “Cascavel”, apelido da unidade de segurança máxima da Papuda. É para lá que vão os sentenciados por crimes hediondos como o de tráfico de drogas. Na cela, a escrita era um refúgio. Pegava jornal, passava creme dental, esperava secar e escrevia por cima. Foi escrevendo que ele se reencontrou com o Emerson da infância. Chegou à conclusão de que o menino de12 anos buscou no crime o que a condição social não lhe dava. “Passei por problemas familiares, nunca entendi o que é família. Eram cinco pessoas estranhas dividindo o mesmo teto, mas não tinha pais que me ouvissem.” “Nunca entendi porque menino da minha idade tinha bicicleta e comida, e eu, não. Me revoltei da pior maneira.” Aos 15 anos, Emerson tinha a própria quadrilha. Aos 16, passou a consumir o que vendia, maconha, ecstasy, cocaína, crack e robinol (remédio alucinógeno usado para tratar úlceras). “Fui um dos últimos da minha geração a usar”. Enquanto via os amigos morrer, fugia da polícia e da reabilitação. “Eu não conseguia mais parar [de consumir drogas], porque a droga não me dava o poder de escolha. Eu achava que alguém tinha que pagar por isso. Era uma forma de tentar fugir da realidade.” Emerson foi preso depois de quatro anos foragido. Aos 19, foi condenado a 27 anos de prisão. Depois da prisão, o ponto de virada foi quando a filha nasceu. Hoje ela tem 2 anos. De lá para cá, ele diz que não usou mais nada. “Parar [de consumir drogas] foi uma das mudanças mais radicais em toda a minha vida. Foi quando eu entendi que precisava deixar um legado positivo pra minha filha.”

Palavras de inspiração:Emerson disse que dar as palestras para os jovens hoje é um “trabalho árduo, de convencimento”. Segundo ele, quem sai de uma internação sem alternativa volta a cometer crimes dentro de um prazo de três meses. “Uma vez que você passa pelo sistema prisional, a sociedade te vê como um criminoso irrecuperável e isso é muito sério.” “ Pra quem mora na periferia, a única solução é estudar. Quando você estuda, bate de frente com o sistema. É um ato revolucionário.” Apesar da mensagem, as portas de muitas escolas se fecharam para a palestra dele. Mas Emerson não desanima. “Conto a minha história de vida para conscientizar o adolescente. O que eu ganho com isso é ver o adolescente entender que só a educação vai gerar igualdade social.” Além da dificuldade com as palestras, o estigma da prisão também o atrapalha a entrar no mercado de trabalho. “As empresas não dão oportunidade. No meu caso, elas pedem o ‘nada consta’, mas eu ainda estou cumprindo pena.” Sem carteira assinada, ele trabalhou como vigia de carro e sacoleiro de supermercado e se vira como pode fazendo “bicos”. “A minha ressocialização se deveu a mim mesmo, porque se dependesse da sociedade e do sistema carcerário, provavelmente eu teria voltado pro crime. Nem sei se estaria vivo.” (Portal G1-DF).

Minhas considerações: Apesar da sua pretérita periculosidade, Emerson, como todo detento para progredir de regime teve que preencher os requisitos do artigo: 112 da LEI N.º 7.210/84 – LEP, os requisitos de natureza objetiva (lapso temporal) e subjetiva (bom comportamento carcerário). Contudo, por ter praticado crimes classificados como hediondos e/ou assemelhados, agravados pela reincidência, Emerson teve que cumprir os critérios estabelecidos pela Lei 11.464/2007, que deu nova redação ao artigo 2º, da Lei 8.072/90, determinando a progressão de regime pelos seguintes critérios: O cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente para progredir para o regime semiaberto. Posteriormente, cumpriu as exigências das regras legais para progredir para o regime aberto. Em razão da ausência da Casa do Albergado no DF, cumpre a pena em prisão domiciliar. Opondo-se a vida pretérita de crimes de Emerson, este detento, tornou-se um exemplo a ser seguido, mesmo com todas as dificuldades, resiste para não voltar ao mundo do crime, colocou o rosto a tapa ao se expor publicamente para dar exemplos aos demais presidiários e ainda tentar colocar um pouco de juízo na cabeça de nossos jovens em suas palestras. O caso de Emerson demonstra que nosso programa brasileiro de ressocialização Estatal é pífel, não atende as necessidades daqueles que desejam se regenerar e reintegrar-se a sociedade. Ressocialização que só existe na teoria e na dialética demagógica e sofista dos humanistas de plantão, bradam pela soltura dos detentos, contudo, não oferecem um mínimo de sustentabilidade para aqueles que desejam mudar suas vidas. Se o detento não tiver força de vontade e perseverança para mudar de vida, voltará a praticar crimes ante a falta de apoio Estatal e das denominadas Ongs de direitos humanos.

FONTE: PORTAL – G1 – DF

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