No município de Itapuã do Oeste, pelo menos 16 famílias ficaram desalojadas devido à elevação dos rios Jamary e Japiin, calcula-se que os prejuízos econômicos públicos ultrapassem os R$ 18 mil. De acordo com o diretor de Planejamento e Operações da Defesa Civil Estadual, capitão Artur Luiz Santos de Souza, desde o início desta semana uma equipe de bombeiros da Defesa Civil do estado está no local prestando apoio técnico.
Segundo o diretor, também preocupa o fato das 2.436 pessoas diretamente afetadas pela enchente, 680 se encontrem enfermas por dengue, malária ou leishmaniose, e que poços de água estejam contaminados pelas fossas. A Defesa Civil de Rondônia trabalha para que seja reconhecida a situação de emergência no município.
‘‘Como o município não tinha Defesa Civil, nossa equipe realizou o reconhecimento do desastre e fez o levantamento dos prejuízos gerados pela enchente. O que vai dá base para concluirmos o envio das informações sobre os impactos da enchente no município à Secretaria Nacional de proteção e Defesa Civil para que haja reconhecimento da situação de emergência’’, disse.
A equipe só precisou de três dias para fazer o levantamento da situação no município, o que segundo o diretor, se deve ao fato de a Defesa Civil do estado possuir profissionais capacitados e contar com um moderno sistema de inserção de dados online. ‘‘Temos o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) onde nós lançamos os dados para a Defesa Nacional reconhecer o estado de calamidade ou de emergência dos municípios’’, afirmou.
O sistema permite mais celeridade para que os municípios recebam recurso federal em caso de desastres naturais. ‘‘Fomos capacitados para atuar nesse sistema em 2012, antes o processo de reconhecimento podia durar quatro meses, reduziu para dois meses, e agora, com a modernização do sistema, ocorrem em no máximo duas semanas’’, contou.
Com o reconhecimento da situação de emergência em Itapuã do Oeste, o diretor explicou que o município poderá ser contemplado com recurso federal para assistência às famílias atingidas pela enchente com distribuição de água potável e cestas básicas. Além de posteriormente poder haver investimento na reconstrução da infraestrutura afetada.
RIO MADEIRA
O diretor explicou também os cuidados em relação ao rio Madeira que causou grandes impactos na grande cheia de 2014. ‘‘O rio Madeira chegou a 15 metros, no dia 8 de março, e depois começou a baixar. Mas isso já é o suficiente para incomodar muitas famílias que moram na faixa de inundação e alterar o cotidiano das comunidades ribeirinhas’’, avaliou.
Mas ele ameniza, afirmando que não é nada preocupante em relação às grandes inundações, “até porque já estamos no final de março e o previsto para o pico de inundação é até este período, apesar de que pode ocorrer um repiquete no mês de abril’’. O Madeira registrou 14,97m na manhã desta quinta-feira (23), enquanto que nesta mesma data, em 2014, o nível estavam em 19,47 metros.
‘‘Não estamos com tanta preocupação em relação ao Madeira-Guaporé-Mamoré para este ano. Nossa preocupação se volta, além de Itapuã do Oeste, para Pimenta Bueno, Cacoal, Rolim de Moura e Jaru, municípios onde são previstas inundações súbitas tanto para este período de pico de cheia quanto fora deste período’’, ponderou.
Nesses municípios as chuvas volumosas provocam a elevação repentina dos níveis dos rios, e é onde a Defesa Civil do estado tem reforçado o monitoramento.
O diretor garante que a Defesa Civil de Rondônia está preparada para prestar auxílio na prevenção e socorro em casos de enchentes. ‘‘Participamos de fóruns e cursos para nos mantermos sempre atualizados, inclusive uma servidora da nossa equipe está em Brasília participando de curso de formação de instrutores em relação ao período de pós-desastre; na semana passada eu participei do curso sobre prevenção de desastres e vamos levar isso aos nossos bombeiros que trabalham com Defesa Civil estadual’, informou.
A Defesa Civil estadual também se coloca à disposição dos municípios para levar capacitação em relação às ações preventivas e de respostas aos danos causados por desastres. ‘‘A cheia de 2014 nos deu um conhecimento muito grande, principalmente na coordenação das ações e na viabilização de requerer recursos federais para socorro e assistência aos atingidos pelas enchentes’’, lembrou.
Fonte:SECOM