Depois de demitir o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), na semana passada, o governo federal definiu novas mudanças no órgão. A Funai é vinculada ao Ministério da Justiça, comandado pelo ministro Osmar Serraglio (PMDB).
As decisões foram publicadas na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União. Para o lugar do ex-presidente Antônio Fernandes Toninho Costa, exonerado na sexta-feira, foi nomeado interinamente o general da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas. Ele já atuava na instituição, como diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável. O governo também dispensou Janice Queiroz de Oliveira da chefia da Diretoria de Administração e Gestão, substituindo-a por Francisco José Nunes Ferreira.
Em uma declaração à imprensa na sexta-feira, o pastor Toninho Costa, como é conhecido o ex-presidente da Funai, atribuiu sua demissão após três meses de trabalho a “ingerências políticas” da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), nome formal da chamada bancada ruralista, parlamentares ligados aos grandes produtores agrícolas. A FPA, que já se desentendeu com grupos indígenas por questões relativas às reservas indígenas, tinha entre seus membros Osmar Serraglio, quando este exercia mandato de deputado federal.
Na avaliação de Costa, há uma “incompetência do governo, que abandonou a Funai e as causas indígenas”. O ministro da Justiça reagiu e, por meio de nota, disse que “dada a extrema importância que o governo dá à questão indígena”, a Funai precisa de uma “atuação mais ágil e eficiente, o que não vinha acontecendo”.
Fonte:Estadão