A informação foi confirmada por fontes da TRIBUNA DO NORTE ligadas ao Ministério da Justiça e ao presídio. O traficante ficará no presídio em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que impede contato com outros presos da unidade. Beira-Mar é condenado a quase 320 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídio.
Também estão custodiados em Mossoró outros líderes da facção carioca Comando Vermelho (CV). Apesar de não ter contato com nenhum deles, Beira-mar, que também faz parte da facção, dividirá o presídio com Márcio dos Santos Nepomuceno, o “Marcinho VP” e Elias Pereira da Silva, o “Elias Maluco”.
Esta é a segunda vez que o traficante carioca passa por pela penitenciária potiguar. Em 2011 ele foi transferido junto cinco presos em um rodízio aplicado ao traficante desde 2006. A unidade de Mossoró é uma das cinco penitenciárias federais do Brasil e a única no nordeste. O presídio tem capacidade para abrigar 208 homens.
A Polícia Federal (PF) cumpriu ontem (24) 35 mandados de prisão e 27 de condução coercitiva na Operação Epístolas, que investiga a quadrilha ligada ao traficante Fernandinho Beira-Mar. Dentro os presos, está Danubia Santos da Silva, apontada pela polícia como mulher do traficante João Maria de Oliveira, conhecido como “Seba” ou “João Cego”, que está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho.
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal, e as buscas e prisões são no Rio de Janeiro, em Rondônia, no Ceará, em Mato Grosso do Sul, na Paraíba e no Distrito Federal. Dos 35 mandados de prisão, 22 são de prisão preventiva e 13 de prisão temporária.
A operação inclui ainda como medidas cautelares 85 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de valores que somam R$ 9 milhões em 51 contas bancárias. Segundo a PF, as investigações se iniciaram há cerca de um ano, depois que um bilhete picotado foi encontrado em uma marmita por agentes federais da Penitenciária Federal de Porto Velho, onde Beira-Mar cumpre pena.
A perícia constatou que o bilhete foi redigido pelo criminoso e continha ordens a integrantes da quadrilha que estavam em liberdade. Ao longo das investigações, foram apreendidos 50 bilhetes endereçados ao preso. Por esse motivo, a operação se chama Epístolas, nome dado a textos enviados em forma de carta.
As investigações apontam que a quadrilha movimenta R$ 1 milhão por mês e utilizava principalmente casas de show e bares para lavagem de dinheiro, além de aquisições de imóveis e reformas.
Fonte: Tribuna do Norte