Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJ-RO) lançou em Cacoal (RO), a 480 quilômetros de Porto Velho, o Projeto ‘Apadrinhando uma História’, que atenderá as 12 crianças e adolescentes que estão em estado de acolhimento no Abrigo Municipal Pingo de Gente. A iniciativa foi idealizada e desenvolvida pela Corregedoria Geral de Justiça e está em andamento desde 2014 na capital.
De acordo com o Juiz da 2ª Vara Cível da Comarca de Cacoal, responsável pela Vara da Infância e da Juventude, Audarzean Santana da Silva, o objetivo é sensibilizar e captar pessoas com interesse e disponibilidade de tornarem-se “padrinhos e madrinhas” de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional, cujos vínculos com as famílias de origem encontram-se total ou parcialmente rompidos e que estejam numa faixa etária avançada, doenças crônicas, deficiências físicas e mentais, soropositivas e outros, características que reduzem as possibilidades de inserção em família substituta.
“O objetivo é alcançar os corações caridosos de Cacoal e eu sei que aqui temos muitos corações dispostos a abraçar um projeto como este. Nós temos crianças e adolescentes no abrigo que não tiveram a felicidade de serem adotadas ou voltarem para sua família e recebem o auxilio que o abrigo dá, mas eles precisam de mais que isso, precisam de um afeto, as vezes de uma ajuda material. Através do projeto, pessoas da comunidade poderão ajudar essas crianças e adolescentes nessa necessidade que o abrigo não pode dar”, explica o Juiz.
Para a diretora do abrigo Pingo de Gente, Rozeni Vieira, a iniciativa é de suma importância para as crianças e adolescentes acolhidos. “O projeto irá atender crianças e adolescentes, principalmente os adolescentes, que são a faixa etária que não são mais atraídas pela população para a adoção, o que chamamos de adoção tardia. O projeto vem para contribuir com a parte principalmente afetiva, fazendo com que eles sejam atendidos carinhosamente por uma família, melhorando assim a auto estima deles”, afirma a diretora.
As pessoas interessadas em aderir o projeto deverão fazer um cadastramento junto ao abrigo municipal, preenchendo uma ficha de interesse. “Para que nós saibamos quem são esses padrinhos, essas pessoas terão que passar por uma avaliação psicológica e já será possível fazer o apadrinhamento. É importante ressaltar que a criança e o adolescente também serão consultados antes para que não seja uma coisa obrigatória para ele”, diz o juiz.
Modalidades
O juiz explicou também que o projeto tem três modalidades diferentes, que são a ‘Prestação de Serviço’, ‘Provedor’ e ‘Afetivo’. Cada um tem uma forma distinta de ajudar.
No modo de ajuda ‘Afetiva’ a pessoa ou o casal se coloca à disposição para retirar a criança do abrigo nos finais de semana ou durante as férias escolares para inclusão no meio familiar. É o apadrinhamento propriamente dito.
Na ‘Prestação de Serviço’, o padrinho vai até o abrigo para realizar qualquer atividade em prol das crianças e adolescentes, por exemplo: fazer um bolo, leitura de livros infantis ou atendimentos de serviços específicos com dentista ou fisioterapia, entre outros.
Por último, na modalidade de ‘Provedor’, o colaborador se coloca à disposição da entidade para suprir as necessidades financeiras de alguma criança, como consultas médicas, tratamentos, cursos de inglês ou informática, ou até mesmo comprar uma roupa, um calçado, vai depender de como a pessoa pode ajudar.