Há um enorme quebra cabeças para ser montado, quando se começa a pensar nas eleições do ano que vem. Em Rondônia, as coisas se tornam cada vez mais complexas, pelos nomes que vão disputar a sucessão de Confúcio Moura e também nas formações para a bancada federal, destacando-se ainda a disputa por duas vagas para o Senado.
Ficará ainda mais complicada a corrida pelas 24 cadeiras na Assembleia, já que se imagina que perto de 300 postulantes estarão na batalha, incluindo-se pelo menos duas dezenas dos atuais parlamentares, que buscarão a reeleição. Para o governo, há dois nomes certos: Maurão de Carvalho e Acir Gurgacz. Acir tem ainda quatro anos de mandato no Senado. Seu suplente é Gilberto Pizeu, de Ji-Paraná, um nome praticamente desconhecido no Estado. Se a eleição fosse hoje, as pesquisas apontam que Maurão estaria bem à frente, mas até outubro de 2018 há um longo caminho ainda a percorrer. Ivo Cassol é nome certíssimo para concorrer ao Governo, caso consiga superar seus problemas judiciais. Se ele entrar na briga, muda tudo. Cassol aparece muito bem nas pesquisas. Enquanto isso, a turma de Acir Gurgacz acha que convencerá Maurão a ser vice na chapa, como o senador e seus aliados sonham. Maurão nem aceita pensar nessa possibilidade. Tem bastante cacife para ser o nome do PMDB ao Governo, com Confúcio Moura e Valdir Raupp concorrendo às duas vagas ao Senado. Acir quer cooptar o PMDB, mas essa chance, ao menos hoje, parece impossível. O que o PDT sonha é montar um trio de peso, com Raupp e Confúcio e mais Jesualdo Pires, os três disputando as duas vagas ao Senado, numa super chapa. Falta combinar com Maurão, que está muito bem na foto para o Governo! E com o comando do PMDB, que não aceita sequer aventar essa possibilidade, ao menos até agora.
Onde entra Expedito Júnior, o poderoso tucano bom de voto? Se depender da escolha pessoal, ele vai ao Senado. Seus parceiros acham que, nessa hipótese, uma das duas vagas é dele. Mas, e o Governo? Pode ser também um caminho para Expedito, mas tudo vai depender do que acontecerá na complexa conjuntura estadual e nacional, daqui para a frente. Confusão geral, nesse momento. E os novatos? Tem a possibilidade do atual desembargador Gilberto Barbosa, que se aposenta em dezembro e que pode entrar na corrida pelo Governo. O mesmo poderá ocorrer com o atual promotor Héverton Aguiar, que também estará livre de seus compromissos no MP. Maurão, Acir, Cassol, Expedito, Barbosa, Héverton: por enquanto seria a meia dúzia de postulantes, nesse raciocínio. Mas dizem que vem mais gente por aí. Inclusive podem surgir surpresas de última hora. Esperemos, pois, para ver quando o quadro começará a se clarear.
DISPUTA DURA NA CÂMARA
Na bancada federal, a grande maioria dos postulantes vai disputar a reeleição. Mariana Carvalho só pensa nisso. Não quer saber de Senado e nem Governo, embora possa ser pressionada a mudar de posição, pelo tucanato nacional. Lúcio Mosquini, que tem feito um bom trabalho, dedicado à sua região e ao Estado, também é candidatíssimo. Lindomar Garçon igualmente quer outro mandato. Marinha Raupp vai tentar chegar pela sexta vez à Câmara. Também tentará voltar o líder do PTB, Nilton Capixaba, atual líder da bancada. O jovem Expedito Netto, uma boa estreia na política rondoniense, tem o sobrenome e já fez seu nome, para buscar se manter no posto. Há duas dúvidas. Uma, a do deputado Luiz Cláudio, que teria comentado com amigos que talvez prefira um mandato na Assembleia, mas isso ele não confirmou. Pode ser apenas conversa sem fundamento. Sua reeleição seria pule de 10, como se diz na linguagem do turfe. O último é Marcos Rogério. Esse sim, tem sido instado pelo DEM a trocar de lugar no Congresso, não disputando a reeleição, mas buscando uma vaga ao Senado. Teria cacife? Pesquisas do seu partido e de adversários dizem que sim. A verdade é que a reeleição para todos desse time não será fácil, porque vêm aí uma enorme turma de bons concorrentes, querendo tirá-los de lá. Um deles, por exemplo, é Adelino Follador, o mais votado pela deputado estadual, que quer ir à Câmara, em 2018. O ano que vem vai mesmo ferver, na política nacional e estadual.
UM PROJETO POLÊMICO
Um projeto envolvendo a criação do Núcleos Especiais Criminais (Necrim), no âmbito da Polícia Civil, causou grande confusão na Assembleia, nesta terça. Primeiro, pelo bate boca, que acabou até interrompendo a sessão, entre os deputados Léo Moraes e Jesuino Boabaid. Léo queria o projeto como está, Boabaid queria que ele fosse direcionado à Polícia Militar. A coisa ficou tão feia que o presidente Maurão de Carvalho teve que usar toda a sua liderança e experiência, para conter os ânimos. Mas teve mais. O líder do governo, deputado Laerte Gomes, também criticou a forma como o projeto foi encaminhado ao parlamento. Ele não gostou que o governador Confúcio Moura tenha mandado o projeto e seu vice, Daniel Pereira, tenha pedido apoio de alguns deputados, segundo Laerte, para que votassem contra a nova lei. Laerte protestou e pediu que o governo conversasse entre si, antes de enviar alguma proposta para ser analisada pelos parlamentares. A confusão continuou nessa quinta, quando, enfim, o diálogo voltou com mais calma…
OS CASSOL CONTRA SHEILA
Um processo diferente está tramitando na Primeira Vara Civil de Pimenta Bueno. Nela, membros da família Cassol exigem que a ex vereadora Sheila de Freitas, que foi casada com o patriarca da família, Reditário Cassol, ele hoje com 81 anos, não possa mais usar o sobrenome Cassol. Sheila viveu com Reditário entre os anos de 1995 a 2009. O casal teve dois filhos. Há vários anos, os Cassol vinham tentando, de forma amigável, impedir que Sheila usasse o sobrenome da família, principalmente nos meios políticos. Com o sobrenome Cassol, ela foi eleita vereadora e depois tentou outros mandatos, mas não foi reeleita. Ela disputou uma cadeira à Câmara Federal, em 2014, usando novamente o sobrenome Cassol (e não Freitas). Nesse ano, depois de desistir de tentativas amigáveis de resolver a questão, Reditário e seus seis filhos entraram na Justiça, para impedir o que consideram como “utilização indevida” do sobrenome da família pioneira no Estado, que já anda por aqui há mais de 40 anos. O caso ainda tramita no Judiciário e sobre ele não há segredo de Justiça.
O DINHEIRO E O GINÁSIO
A sexta-feira será de dupla festa na Capital. As duas são muito diferentes, mas ambas extremamente positivas. A primeira é boa para o funcionalismo, já que quando os bancos abrirem, os trabalhadores do Governo terão em suas contas correntes o dinheiro relacionado à primeira parcela do 13º salário. No total, algo superior a 150 milhões de reais. Já à noite, uma festa, com a reinauguração do ginásio Cláudio Coutinho, que está realmente muito bonito e em condições até melhores do que quando foi inaugurado pelo então governador Jorge Teixeira, no início dos anos 80. A obra demorou mais do que o esperado, mas valeu a pena porque está realmente com uma qualidade especial. A partir das 14h desta quinta-feira, quem quiser assistir ao jogo de inauguração, pode pegar se ingresso gratuito, nas bilheterias do ginásio. A partida vai reunir os campeões do vôlei brasileiro, Pinheiros e São Caetano. Os convites são limitados.
NÚMEROS NÃO MENTEM
Ainda sobre a presença estrangeira em terras Amazônidas e os resultados de uma política seguindo interesses internacionais, vale a pena apresentar alguns números relacionados com a hoje Reserva Indígena Raposa Terra do Sol, em Roraima, onde alguns poucos índios vivem mal, sob a tutela de organizações financiadas por governos de vários países, menos o do Brasil. Por exemplo: desde 2009, quando o STF determinou a saída de fazendeiros da Raposa Serra do Sol, a produção agrícola de Roraima desabou. De 22 mil hectares para 9 mil hectares. A exportação agrícola do Estado caiu de 16 milhões e 400 mil dólares em 2006, para 8 milhões de dólares em 2013. Já o numero de funcionários públicos na Prefeitura de Boa Vista, num estado que está quebrando, porque não produz, deu um salto: foi de 2.460 servidores em 2006 para 5.100 em 2015. Ali, quem manda é a “cumpanheirada” e os seus amigos do exterior…
DIREITOS? SÓ DE BANDIDOS…
A Comissão de Direitos Humanos da OAB do Estado requentou uma denúncia de há dois anos atrás, quando apareceu uma história de presos que estariam sendo atendidos no Cemetron e acorrentados no local. Na ocasião, houve uma investigação sobre o assunto e ficou constatado, tanto pelo MP quanto pelo Judiciário, que não há outra forma de manter os presos durante o atendimento médico. Deixando-os livres, sem algemas ou sem correntes, é óbvio que eles poderiam fugir e inclusive praticar novos crimes. Mas para a Comissão da OAB, só existem direitos humanos de bandidos e presidiários. Os cidadãos comuns que pudessem ser atacados ou até mortos por eventuais fugitivos, que certamente correriam para a rua, caso não estivessem algemados, esses não contam. Não servem para nada, a não para fazer parte de estatísticas de mortos na violência que grassa em Rondônia e no Brasil afora. Neste caso, a comissão sequer apontou alguma alternativa viável. Para os criminosos, direitos humanos. Já para suas vítimas….
PERGUNTINHA
Lula, Michel Temer, Aécio Neves, Dilma Rousseff, Renan Calheiros: entre todas essas grandes personalidades da vida política brasileira, qual deveria ir para a cadeia antes dos outros?
Fonte:Sérgio Pires