A desocupação do garimpo ilegal de Pontes e Lacerda (448 km a Oeste da Capital) deverá ser completamente realizada em uma semana e contará com reforço nacional. A informação é do delegado regional da Polícia Civil, Vitor Chad Domingues.
O delegado participou de uma reunião com o governador Pedro Taques (PSDB), com o prefeito do município e outros representantes de Segurança Pública, na sexta-feira (23).
A reunião ocorreu para definir sobre a retirada dos garimpeiros, que permanecem no local mesmo após decisão de reintegração de posse da Justiça Federal.
A saída dos ocupantes do garimpo contará com reforço nacional, através de auxílio solicitado pelo governador Pedro Taques (PSBD) à Presidente Dilma Rousseff (PT).
O delegado disse que a intensa fiscalização no local, para a retirada dos garimpeiros, ocasionará o fim do garimpo ilegal no prazo de uma semana.
“É um número que, com o aumento das barreiras no local, com certeza, na próxima semana, o local estará 100% desocupado”, afirmou.
Apesar de estipular um período para o final da ocupação do local, o delegado observou que o garimpo ilegal deverá permanecer vistoriado, para evitar que a extração volte a ocorrer período após a evacuação do local.
“Assim que desocupar todo aquele local, com certeza, há chances de as pessoas retornarem. Por isso, será necessário que as forças permaneçam no local [após a desocupação] para evitar que os garimpeiros retornem”, disse.
O Governo do Estado solicitou à Presidente da República e ao ministro da Justiça para que a Força Nacional auxilie na retirada dos garimpeiros.
"É uma situação que deve ser atendida pela Força Nacional. Porém, ainda não há previsão de quando ela chegará ao Estado", informou o delegado.
A Polícia Federal está realizando o controle da saída das pessoas que foram na região para extrair o minério.
Apesar de classificar como “tranquila” a atual situação do garimpo, Vitor Chad Domingues disse que foram encontradas armas de fogo no local.
“Há relatos comprovados de que existem pessoas portando arma de fogo, inclusive arma longa no garimpo”, afirmou.
O delegado não descartou que sejam feitas prisões, durante a desocupação da região.
“Não está estar descarta a possibilidade de se lavrar mandado de prisão por porte ilegal de arma de fogo ou desobediência, durante a ação”, disse.
Conforme Domingues, cerca de 350 garimpeiros permaneciam no local até terça-feira (23). O número, porém, não é oficial e pode ser maior do que esta estimativa.
As pessoas que que vão embora estão sendo proibidas de entrar no local, pois há barreiras que impedem a passagem e não há a entrada de novos suprimentos. A Polícia Federal está realizando a ação para evacuar o local.
“Com essa ida da Polícia Federal no local, as pessoas estão sendo inibidas e não estão indo para o garimpo”, afirmou.
O delegado, porém, contou que todo o cuidado necessário está sendo tomado durante a ação na região do garimpo.
“Existem famílias, comerciantes e pessoas com barracas, vendendo suprimentos, como refrigerante e água”, disse.
Segurança na retirada
O Promotor de Justiça Criminal de Pontes e Lacerda, Frederico César Batista Ribeiro, informou que a maior preocupação é referente à segurança das famílias durante a retirada do garimpo.
“Vamos dar apoio digno [para as famílias retiradas do local]. Isso será tratado na próxima reunião com as secretarias, onde serão definidas as estratégias específicas de cada área”, afirmou.
Ribeiro disse que o Governo deu resposta positiva para que as famílias saiam de modo pacífico do local.
“Tivemos uma resposta positiva, o Governo vai nos auxiliar na área de segurança ,como na área de meio ambiente. Ele colocou à disposição a Secretaria de segurança e a Secretaria de trabalho e a Sema”, disse.
Fonte: MIDIANEWS