O agente penitenciário e membro do Grupo de Ações Penitenciárias Especiais (GAPE), Jairo Barbosa Prata Filho, acusado pelo policial militar Juliano Pereira de Miranda de agressão e de ter “abandonado” com os demais agentes o serviço no Centro de Ressocialização de Ariquemes (CRA), rebateu a versão divulgada pelo PM na imprensa dos fatos ocorridos no último dia 9.
Na ocorrência policial nº 152013/2017, lavrada na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ariquemes, o agente narra que houve flagrante abuso de autoridade por parte do PM que mostrou-se desequilibrado perante toda a equipe de agentes que chegavam para assumir a responsabilidade nas atividades operacionais e rotineiras da unidade.
Segundo a ocorrência, ao tentar falar com o agente, este informou que só precisava antes apresentar a rotina aos novos servidores e após conversaria com o militar. Indignado, Juliano começou uma discussão chamando Jairo de incompetente e irresponsável, e que todos responderiam processos por “abandono de posto”. No entanto, o agente penitenciário se defendeu ao afirmar que a equipe nem chegou a assumir o serviço, pois estavam aguardando a rendição vinda de Porto Velho, pois além da operacionalidade das atividades no CRA, também era de responsabilidade da equipe a cadeia pública desativada que fica na cidade. Explicou ainda que a nova equipe chegou por volta das 11h, onde foi passada toda a responsabilidade, sendo liberados para o almoço e em seguida se encaminharam para o Centro de Ressocialização, onde se depararam com a situação constrangedora.
De acordo com o agente, a todo momento o policial militar dizia que o agente era incompetente, impedindo a entrada do mesmo, atrasando ainda mais o trabalho da nova equipe. Após finalmente conseguir, ao retornar dos trabalhos da carceragem, Jairo foi seguido pelo militar até a Administração, onde incitava-o a todo momento, dirigindo ao agente frases como: “se este sabia com quem estava falando”.
A situação ficou insustentável, narra Jairo na ocorrência, virando assim uma discussão generalizada entre pm’s e agentes, momento em que o policial decidiu investir contra o membro do GAPE, sendo contido por outros servidores.
“Vale ressaltar que o militar Juliano a todo instante perguntava se havia câmeras de vigilância no local, sendo informado que não. O militar então passou a dizer que havia sido agredido com um tapa pelo agente Jairo, fato este não ocorrido”, registrou Jairo na ocorrência.
Não bastasse a confusão dentro da unidade prisional, o policial não se deu por satisfeito e abordou a equipe do GAPE no momento que pegava a BR-364, durante o deslocamento de volta a Porto Velho, após o encerramento dos procedimentos no presídio recém-inaugurado. Ao serem interceptados, conta Jairo na ocorrência policial, os policiais, que não estavam devidamente identificados no uniforme, desceram da viatura de arma em punho, gritando que “ia dar morte” e ofendendo os servidores, xigando-os de “filhos da puta”. Sem descer da viatura do GAPE, Jairo indagou o policial Juliano da ação, onde este dizia aos berros que todos estavam presos. Por sensatez, a equipe do GAPE decidiu acatar a abusiva ordem dos militares e seguiram até a delegacia para registro do Termo Circunstanciado.