Sócio-atleta do escândalo da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, celebrou com o governo um armistício não declarado. À espera de ajuda do Planalto para se livrar de um pedido de cassação do seu mandato, que corre no Conselho de Ética, Cunha destravou a pauta de votação dos projetos que interessam ao governo.
Cunha incluiu na pauta de votações desta terça-feira a proposta do governo que permite a regularização do dinheiro enviado para fora do país escondido do fisco. Mediante o pagamento de 30% sobre o total do ativo (Imposto de Renda mais multa), o fora da lei será anistiado dos crimes de sonegação fiscal e evasão de divisas.
Ao longo da semana, pretende-se votar também uma medida provisória editada por Dilma para reajustar as taxas cobradas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Em tempos de penúria, o governo conta os centavos.
O Planalto celebra a refresco servido pelo presidente da Câmara como resultado das conversas que o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) manteve com ele abaixo da linha d’água. Cunha começa a entregar sua mercadoria. Se houver reciprocidade, ele pode desligar da tomada o impeachment.
JOSIAS DE SOUZA
Fonte: Blog do BG