O serial killer americano Charles Manson, líder da seita que assassinou a atriz Sharon Tate e mais seis pessoas em 1969, morreu neste domingo, aos 83 anos. Ele estava internado em estado grave em um hospital de Bakersfield, na Califórnia. Um dos criminosos mais conhecidos nos Estados Unidos, ele estava preso desde 1971. A notícia da morte veio de Debra Tate, irmã da atriz morta pela seita de Manson.
Manson foi hospitalizado em janeiro para ser operado por lesões no intestino e uma hemorragia interna, mas seu estado foi considerado muito frágil para isto e ele retornou à prisão.
Ainda insuspeito, o assassino fundou a comunidade hippie conhecida como “A famíia” enquanto vivia entre artistas e músicos na Califórnia do período contracultural, mas liderou o movimento como uma seita composta por seguidores que acreditavam em teorias de que poderiam fazer com que estourasse uma guerra civil entre brancos e negros, interpretada através de músicas do “Álbum branco”, dos Beatles.
Ele foi condenado à morte em 1971 ao lado de quatro de seus discípulos pelo assassinato bárbaro de sete pessoas em Los Angeles — incluindo Sharon Tate, que era mulher do cineasta Roman Polanski, grávida de oito meses e meio, em agosto de 1969. As condenações foram comutadas para prisão perpétua, assim como as de seus principais seguidores, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel, Leslie Van Houten e Charles “Tex” Watson.
No fim de 2014, Manson pediu autorização para se casar com uma mulher de 26 anos, Afton Elaine Burton. Depois, desistiu da ideia após descobrir que ela pretendia usar seu corpo para fins de exposição quando ele morresse. Em 2012, apresentou uma demanda para obter liberdade antecipada, que foi rejeitada. Ele teria que esperar até 2027 para fazer um novo pedido.
Ao longo dos anos, Manson se consolidou ainda como ícone cultural: a brutalidade dos assassinatos cometidos por sua seita, que por alguns anos viveu em meio a pacíficas comunas hippies da Califórnia dos anos 1960, ficou marcada no imaginário popular dos EUA. Um choque em uma geração que havia ficado marcada pelo discurso de paz a subversão do chamado american way of life.
“Muitas pessoas que conheço em Los Angeles acreditam que os anos 1960 acabaram abruptamente em 9 de agosto de 1969”, escreveu a autora Joan Didion.
Na cadeia, Mansou marcou uma suásica em sua testa, claramente visível ao longo das décadas seguintes.
— Deixem marcas para que o mundo saiba que estiveram aqui — disse Manson em uma das várias entrevistas que deu desde a prisão, quando perguntado sobre o que diria aos jovens.
Fonte: O Globo