Alexandre Póvoa (Staff Images/ Flamengo)
A Associação dos Clubes Olímpicos se reuniu em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira (20), no auditório Rogerio Steinberg, na sede social da Gávea, para pedir mais voz nas decisões do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Os dirigentes que representaram os clubes participantes ? Flamengo, Pinheiros, Minas, Náutico União, Hebraica/SP, Corinthians, Curitibano, Sogipa, Pedro Álvares Cabral/ES e Paulistano ? lutam por espaço no Conselho de Administração da entidade nacional. Recentemente, os atletas olímpicos brasileiros conquistaram 12 assentos no Conselho de Administração, o que motivou os clubes a lutarem por vagas também. Vale lembrar que 84% dos atletas da delegação olímpica em 2016 foram formados em clubes.O vice-presidente de Esportes Olímpicos do Flamengo, Alexandre Póvoa, explicou a luta dos clubes por representatividade nas tomadas de decisão do COB.”Queremos ter direito a duas vagas de membros independentes no Conselho Administrativo do COB. Aos poucos, fomos perdendo voz no esporte brasileiro, ao longo do tempo, e a estrutura do esporte brasileiro está errada, no que diz respeito à divisão de poder, divisão de receitas. Por isso, estamos refundando a Associação dos Clubes Olímpicos. Recentemente, na imprensa, se discutiu muito quantos atletas iriam participar do COB, e os clubes foram esquecidos”, disse, destacando depois a importância dos clubes no esportes nacional e a má distribuição de recursos.”Tanto no setor privado quanto no público, o dinheiro não chega a quem forma os atletas. Confederações são muito ricas e aplicam mal os recursos. Se nós mandarmos todos os 7 mil atletas federados em clubes embora, amanhã não haverá confederação, nem federação. Acabaria o esporte no país. Qualquer política que não faça o dinheiro chegar aos formadores não funciona. Vamos tentar liderar essa discussão aos poucos. Este sistema faliu e precisamos refundar as relações esportivas no país. Em 2013, fomos obrigados (o Flamengo) a mandar atletas embora. Antes disso, fomos ao COB, que nos respondeu que não ajuda clube…”, concluiu Póvoa.O vice-presidente do Náutico União de Porto Alegre, Paulo Prado, seguiu a mesma linha de pensamento do dirigente rubro-negro.”O esporte no Brasil é uma Brasília velha, que não funciona mais. Temos que construir um novo sistema. Não é da noite para o dia, mas pode ser feito com a vontade de todos. O sistema nacional do esporte, em especial dos esportes olímpicos, ruiu. Temos a expertise de colaborar na formação de um novo sistema. O atual é corrupto, destrutivo. Não sabemos exatamente o queremos, mas temos que construir juntos. O que está aí não queremos mais. Estamos estendendo a mão ao COB, ao Ministério do Esporte, às federações, para essa construção. A situação do COB, internacionalmente, nos envergonha muito”, finalizou.