Grêmio foi o último clube de Bobô no Brasil
Foto: Divulgação/Grêmio
Entre os caros e conhecidos jogadores campeões brasileiros pelo Corinthians em 2005, alguns garotos formados pelo clube buscavam seu espaço. Era o caso do atacante Bobô, um dos pratas da casa mais utilizados durante o torneio, que tinha Tévez e Nilmar como principais nome do setor ofensivo alvinegro. Depois da conquista, o centroavante deixou o país e virou ídolo na Turquia. Mesmo assim, acredita que talvez pudesse ter colhido bons frutos se permanecesse no Timão.
“Na verdade, eu penso que eu saí cedo do Corinthians, porque na época que a gente subiu em 2004, antes de a MSI entrar, o time foi mal pra caramba no Brasileiro, e depois era uma pressão grande e não eram os garotos que subiram da base que iam segurar um Brasileiro com um clube como o Corinthians”, relembrou, em entrevista ao UOL Esporte.
“Mas em 2005, quando chegou a MSI e trouxe todos os grandes jogadores – Tévez, Nilmar, Carlos Alberto -, os moleques que subiram da base ficaram sem espaço, o que até é uma coisa normal, dá para se entender: a MSI investiu muito dinheiro nestes jogadores e eu acredito que eu e o Jô fomos os que mais entramos naquele Brasileirão de 2005; eu acabei fazendo três gols e depois, já em 2006, apareceu essa oportunidade ir à Turquia)”, completou.
Leia também:Nem Jô salva! Negociações de Corinthians e dois brasileiros viram gafe em cartaz da Florida Cup Na mira do Corinthians, lateral de clube francês sinaliza retorno ao futebol brasileiro
Apesar da pulga atrás da orelha, Bobô destaca o quão improvável seria ter espaço como titular em um ataque tão caro e eficiente quanto o do Corinthians campeão em 2005. O iminente lugar no banco de reservas, porém, teria durado pouco, visto que ambos os atletas saíram e abriram espaço no 11 inicial alvinegro.
“Poderia ter esperado um pouco mais, mas como é que eu ia saber né? Como eu ia saber se seria melhor aproveitado? Não vejo que foi um erro meu ter saído, porque para mim foi muito bom também. E tem um detalhe: com Tévez e Nilmar, não tinha como deixar um dos dois no banco. Eles tinham acabado de chegar e foram contratados por milhões. Não tinha como um treinador barrar um cara desses para ter um moleque que estava subindo da base, seria um negócio inaceitável. Mas eu digo que eu poderia ter esperado um pouco mais até porque eles saíram depois e outros jogadores tiveram oportunidades”, disse.
Depois de viver um período de conquista no Timão, Bobô viu, já da Europa, o rebaixamento de seu clube formador. A tristeza era inevitável, mas tudo que aconteceu para o Corinthians nos anos que se sucederam tem influência da queda, que, para o atacante, serviu como um divisor de águas.
“Foi uma tristeza. A grande maioria dos jogadores que estavam lá eu conhecia, tinha muita gente da base, e a tristeza foi grande por ter vivido dentro do clube, pelo carinho que eu tenho pelo clube, por ser o clube da minha formação. Mas aquilo fez o Corinthians renascer. Depois do rebaixamento o Corinthians começou a ganhar tudo: Brasileiro, Libertadores e Mundial, hoje tem estádio, tem um grande CT, se estruturou muito, e acho que aquilo ali foi um divisor de águas para o clube, foi um renascimento“, concluiu Bobô.
Veja mais em:
Ex-jogadores do Corinthians e Base do Corinthians.