Passada a semana turbulenta com a notícia da saída de Jair Ventura e a efetivação de Felipe Tigrão como treinador, as coisas no Botafogo agora vão andar no sentido de montar um elenco suficiente para ter um 2018 tranquilo. Defendemos aqui neste espaço a intenção da diretoria de ficar com Jair, mas com a preferência dele pelo Santos a aposta em Felipe também é correta.
Informações passadas por alguns jogadores dão conta de que Jair Ventura não era assim essa unanimidade que tanto falam no que se refere à gestão de grupo. Alguns atletas não gostaram da maneira como ele se referia ao elenco, tanto internamente quanto externamente, de que era um time que deveria sempre esperar o outro para contra-atacar por conta das limitações técnicas. Jair só elogiava o espírito do elenco, mas não destacava suas valências técnicas – afinal, o grupo as tinha, sim.
Outro motivo de insatisfação dos jogadores foi a falta de treinamentos de alternativas de jogo, como por exemplo ter que propôr, com mais presença ofensiva, mais gente no campo de ataque. Um esquema com dois meias, fugindo das duas linhas de quatro bem retraídas. Isso sem dúvida foi um erro de Jair na reta final, visto que o Botafogo só conseguia jogar de uma maneira: esperando e saindo nos contra-ataques.
Estamos torcendo por você, Tigrão (FOTO: Vitor Silva/SSPress)
Enfim, posto isso é hora de pensarmos para a frente. Felipe Tigrão é um cara com DNA botafoguense, um sujeito de excelente índole, muito tranquilo, sereno, que sempre gostou muito de aprender e estudar. Aquele time que revelou Luis Henrique e Matheus Fernandes, na Copa do Brasil Sub-17 de 2015, era dirigido por ele. Uma equipe que gostava de jogar com a bola e que fazia muitos gols.
“É um motivo de orgulho estar aqui. Acho que não preciso dizer, pela minha família botafoguense e por toda essa história de 8 anos como atleta e quase 2 como treinador, da minha identificação com clube, da minha alegria de estar trabalhando aqui, de como eu torço para o clube evoluir, de como eu torço para os meninos ajudarem, de como torço pela nova diretoria”, disse, em entrevista ao site oficial do clube em 2015.
Felipe terá papel fundamental no aproveitamento dos jovens, com bons valores que temos como Ezequiel, Wenderson e Rickson. Terá uma espinha dorsal mantida, com Jefferson ou Gatito, Carli, Arnaldo, Matheus Fernandes, João Paulo, Brenner (ou outro atacante que chegará), e tempo para trabalhar Leo Valencia, um talento que ainda não se encaixou, mas vai encaixar.
Apesar da preocupação da torcida, as perspectivas não são tão ruins, visto a dificuldade que outros clubes estão encarando – o Fluminense, por exemplo, acaba de dispensar meio time, por falta de grana. A maioria das negociações que estão sendo feitas são na base da troca. A grana está curta para quase todos. O Botafogo tem condições, sim, de fazer um bom ano de 2018.