O PMDB divulgou um documento na última sexta-feira (29) que será apresentado no próximo congresso da Fundação Ulysses Guimarães a ser realizado no dia 17 de novembro próximo, em Brasília.
Intitulado “Uma Ponte para o Futuro”, o documento, de 19 páginas, faz críticas à política econômica do governo, mas não fala em rompimento com a presidente Dilma Rousseff. No entanto, o governo federal recebeu-o com preocupação.
O capítulo econômico do documento foi elaborado pelo ex-ministro Delfim Neto, que foi deputado federal pelo PMDB de São Paulo.
O partido faz um diagnóstico sombrio sobre a conjuntura econômica nacional, critica o aumento de impostos como forma de promover o equilíbrio fiscal e prevê que o Brasil continuará em recessão em 2016.
Além disso, alerta o governo para o crescimento da despesa pública, a estagnação econômica e o esgotamento da capacidade fiscal do Estado.
“Como agravante”, acrescenta, “temos um sistema político sem raízes profundas na sociedade, muito fragmentado, sem articulação e com baixa confiança da população”.
O partido diz também que a solução para a crise é uma obra de construção coletiva. “Não será nunca obra de especialistas financeiros, mas de políticos capazes de dar preferência às questões permanentes e de longo prazo. É também uma tarefa quase heroica que vai exigir o concurso de muitos atores, que precisarão, pelo tempo necessário, deixar de lado divergências e interesses próprios, mesmo que tenham que retomá-los mais adiante”.
O partido faz críticas suaves a Dilma Rousseff dizendo que nos últimos anos “o governo federal cometeu excessos, seja criando novos programas, seja ampliando os antigos, ou mesmo admitindo novos servidores ou assumindo investimentos acima da capacidade fiscal do Estado”.
Para enfrentar a crise da Previdência, o partido sugere que se estabeleça, para aposentadorias, a idade mínima de 65 anos para os homens, e de 60 para as mulheres, mesmo respeitando-se os direitos adquiridos, e considera “indispensável eliminar a indexação de qualquer benefício ao salário mínimo”.
O vice-presidente Michel Temer, que teve acesso prévio ao documento, disse que se trata de uma contribuição do partido para corrigir os rumos do governo.
Fonte: Inaldo Sampaio