Com um orçamento mais enxuto para 2018, o Botafogo é um dos clubes que terá na própria base um meio de formar um time competitivo e barato. Cinco nomes oriundos das divisões de base já estão definidos entre os profissionais em 2018: os zagueiros Kanu e Helerson, o lateral-esquerdo Yuri e os atacantes Lucas Campos e Ezequiel. Outros dois retornam ao time mas ainda podem ser emprestados a depender da montagem do elenco que ainda está em curso: o lateral-esquerdo Victor Lindemberg e o atacante Renan Gorne.
Os jogadores veem como saudável a subida junto com os companheiros de base.
– Ajuda o jogo coletivo e o individual. Ficamos mais à vontade e nos adaptamos ao ambiente de forma mais rápida – disse o zagueiro Helerson, de 20 anos, que chegou ao Alvinegro em 2015.
Lucas Campos sente algo parecido:
– É bom subir com essa rapaziada. Todo mundo junto, cada um ajuda o outro. A gente vai pegar muita experiência junto com os que já estão em cima. Subir com esses meninos é bom.
Lucas teve uma lesão no púbis que o atrapalhou em 2016 e que pode tê-lo impedido de subir para os profissionais mais cedo. Embora dolorosa, ele acredita que o problema, do qual ele está recuperado, tenha o fortalecido.
– Fiquei parado três, quatro meses. Para me recuperar, tive muita ajuda da base, do treinador, de todos. Fiquei bem triste. A lesão me prejudicou no rendimento mas, fora isso, me fortaleceu.
Lucas e Ezequiel podem ter boas chances dentro do elenco. Isso porque o ataque é uma das posições mais carentes do elenco no momento. Roger e Guilherme, dois jogadores importantes na posição, deixaram a equipe. Caso o Botafogo não consiga contratar atletas, Ezequiel e Lucas podem brigar até por vaga entre os titulares.
Os zagueiros Helerson e Kanu terão mais concorrência – o Alvinegro tem uma dupla de zaga titular estabelecida desde o ano passado: Carli e Igor Rabello. Marcelo, que também veio da base no ano passado, começará 2018 como a principal opção na reserva. Entretanto, três defensores deixaram o Alvinegro no fim do ano – Renan Fonseca, Emerson Silva e Emerson Santos; os dois primeiros por opção da diretoria e o último havia assinado um pré-contrato com o Palmeiras em meados de 2017. Isso pode abrir espaço para os que chegam da base. A expectativa do jovem Helerson é alta:
– Espero que o Botafogo possa montar um elenco forte, competitivo, e minhas expectativas são de poder estar à disposição, na melhor forma física, para aproveitar bem as oportunidades – disse ele.
Mesmo com a concorrência, Helerson e Kanu são considerados joias dentro do clube e podem acabar seguindo o caminho de Rabello, que começou 2017 como o quinto zagueiro do elenco e terminou o ano como o único titular absoluto vindo da base.
Quanto a Yuri e Lindemberg, a situação é mais imprevisível. O titular da lateral-esquerda em 2017, Victor Luis, retornou ao Palmeiras após o empréstimo de um ano. Gilson, o reserva, renovou o contrato e deve tomar conta da posição em 2018. É possível que Lindemberg seja emprestado e Yuri, que volta de empréstimo do Santa Cruz, seja reintegrado. Yuri vê o trabalho da base como fundamental para que o time tenha peças de qualidade subindo para o time profissional.
– O pessoal da base vem fazendo um excelente trabalho, muitos profissionais capacitados, lá estão tentando pôr o máximo possível da filosofia do profissional para que possamos já subir preparados – disse ele, que também está animado para trabalhar com o novo técnico Felipe Conceição: – Felipe é um cara muito competente, vem se preparando a muito tempo por essa oportunidade, estou muito feliz por ele. Conheço desde a base, trabalhamos juntos num torneio em Dubai, na qual saímos campeões – afirmou, referindo-se à Zayed Cup sub-18 de 2014.
Fonte: Extra Online