Como noticiado, a Petrobras deve pagar 3 bilh?es de dólares para colocar um ponto final no processo coletivo que acionistas americanos moveram contra a empresa brasileira, por causa das perdas decorrentes com o petrolão.
Se o acordo for aprovado pela Justiça americana, será o quarto maior desse tipo já fechado na história dos Estados Unidos.
Os 3 bilhões de dólares representam outra paulada no caixa da empresa, mas darão fim à possibilidade de um júri popular arbitrar por soma ainda maior. Quem pagará o custo, ao final, serão os brasileiros que não roubaram um centavo da Petrobras e desde sempre arcam com a sua existência, fruto do delírio nacionalista.
A Petrobras se livrará de um risco e, formalmente, da responsabilidade pela roubança do petrolão. Segundo o acordo, a companhia será considerada “vítima dos atos revelados pela Operação Lava-Jato, conforme reconhecido por autoridades brasileiras, inclusive o Supremo Tribunal Federal”.
Se há vítima de corrupção, há culpado ou culpados. E, no caso da Petrobras, diante do tamanho do esquema, os culpados só poderiam ter chefes. E, no caso da Petrobras, gigante estatal com uma direção indicada por políticos, esses chefes só poderiam ser políticos. E, no caso da gigantesca e estratégica Petrobras, esses políticos não poderiam agir sem o consentimento do maior dos políticos.
A empresa, no seu acordo, invoca a Lava Jato. Os procuradores da Lava Jato já apontaram, com abundância de povas, quem era o chefe, o Comandante Máximo, aquele que tinha total domínio dos fatos (fatos que precisavam da sua aprovaç?o direta ou indireta para se realizarem como tais) e deles usufruiu política e materialmente.
O nome do Comandante Máximo é Luiz Inácio Lula da Silva.
A narrativa da Petrobras nos Estados Unidos e no Brasil só fará totalmente sentido quando o chefe do esquema de corrupção que quase nocauteou a maior empresa nacional — e jogou o país numa crise econômica sem precedentes — for condenado em definitivo. A condenação em definitivo dará sentido e final feliz, pois exemplar, a um crime do qual não se admite repetição.
Os processos contra Lula são muito mais coletivos do que a “class action” americana contra a Petrobras. É uma nação inteira que precisa de reparação e, repetindo, exemplo.
Que os desembargadores do TRF4 tenham essa dimensão. Não, senhores, não se trata apenas de um triplex.
Lula: ele é o fim da história