O papa Francisco “está determinado” em avançar com as reformas na Igreja, depois do extravio de documentos sobre escândalos financeiros no Vaticano. A informação é do “número três” da Igreja Católica, Angelo Becciu, substituto da secretaria de Estado do Vaticano para Assuntos Gerais.
“Avancemos com serenidade e determinação”, teria dito Jorge Bergoglio, de acordo com informação publicada na conta de Angelo Becciu no Twitter, após o novo escândalo de extravio de documentos confidenciais sobre desvio de fundos destinados aos pobres e doentes, para financiar o estilo de vida luxuoso de alguns cardeais. O escândalo ficou conhecido como Vatileaks 2.
O secretário-geral da Conferência dos Bispos Italianos, Nunzio Galantino, disse à rede de televisão TV2000 que o papa deve estar se sentindo traído no episódio que levou à detenção de dois suspeitos de extraviar informações e documentos: o religioso espanhol Lucio Angel Vallejo Balda, de 54 anos, e uma perita italiana, Francesca Chaouqui, de 33.
“Coloco-me no lugar do papa. Nenhum filho da Igreja pode ficar indiferente perante esses ataques”, diz Galantino, sublinhando que “algumas pessoas têm claramente medo do processo de reformas que o papa está realizando”.
Vallejo Balda continua detido, enquanto Francesca voltou a ser interrogada nesta quarta, dia 4 de novembro, depois de ter sido liberada ao garantir que vai cooperar com as autoridades. De acordo com a imprensa italiana, foram roubados dados do computador do controlador-geral de finanças do Vaticano, o italiano Libero Milone, que fora nomeado pelo papa Francisco em 5 de junho deste ano, para a reforma das finanças, e está encarregado de uma auditoria das contas do conjunto das administrações do estado do Vaticano.
Duas obras que vão ser publicadas em breve e prometem revelações sobre os casos financeiros do Vaticano são assinadas pelos jornalistas Emiliano Fittipaldi, do jornal L’Espresso, e Gianluigi Nuzzi, da Mediaset.
As publicações das obras remetem ao escândalo do sumiço de documentos, denominado Vatileaks, que marcou o fim do pontificado de Bento XVI, em 2012. As informações foram reunidas e publicadas pelo jornalista Gianluigi Nuzzi.
No comunicado, o Vaticano faz referência ao Vatileaks e sublinha a “grave traição de confiança” do papa, não excluindo a possibilidade de um processo pelo tribunal do Vaticano.
(com Agência Brasil)