Um é líder e apresentou nesta quinta-feira Anderson Varejão, jogador da seleção, com 13 temporadas na NBA e expectativa de que seja dominante no Brasil. O outro tenta se virar na parte baixa da tabela e com apenas um armador saudável no elenco.
Não poderiam ser mais opostas as realidades no NBB de Flamengo e Botafogo que, nesta sexta-feira, se enfrentam às 20h, na Arena Carioca 1 – com torcida única rubro-negra e transmissão pelo Twitter (no perfil @NBB). Mas há em comum a sensação de que o sucesso de um faz bem ao outro.
Não é da confederação, mas dos clubes que formam a Liga Nacional de Basquete a responsabilidade de organizar o campeonato. Embora todos queiram ser campeões, é vital que a liga seja viável para que cada um se sustente. Como são sócios, a maior repercussão é benéfica a todos. Por isso, a contratação de Varejão foi elogiada até por Gláucio Cruz, diretor de esportes do Botafogo.
– Eu não vejo nada de negativo na chegada de Anderson. O Flamengo fez uma grande contratação. Mesmo quando veio de lesão, ele fez a diferença na seleção. Isso só sobe o nível da competição – avaliou o dirigente alvinegro.
Diretor-executivo dos esportes olímpicos do Flamengo, Marcelo Vido bateu na mesma tecla. Durante a apresentação do pivô, foi citada pelos próprios dirigentes a contratação de Franca, que trouxe Leandrinho, outro ex-NBA.
– A gente fala muito na liga que ela só será forte quando os clubes forem fortes. Estamos nessa construção. Hoje, por exemplo, jogos são transmitidos quase todos os dias – ressalta Vido sobre a exibição no Twitter e Facebook, que se somam às exibições no Sportv e na Bandeirantes. – A vinda do Varejão mostra esse crescimento da liga nacional ao longo de seus 10 anos. O Varejão é muito mais do que um reforço do basquete do Flamengo. Ele transcende a Gávea.
O negócio foi inspirado na contratação de Ronaldo feita pelo Corinthians em 2008. Além de vencimentos fixos, Varejão terá participação por conquistas em quadras e no departamento de marketing. O clube já trabalha com o licenciamento de produtos com a imagem dele. Um é certo: a peruca que fazia sucesso entre os torcedores dos Cavaliers.
Com contrato de 20 meses, o jogador não tem cláusula de saída, embora um eventual convite para voltar à NBA possa ser considerado pelo rubro-negro. Há garantia, no entanto, que ele disputará até o fim o NBB 10, que se encerra em junho.
– Estou chegando com muita vontade de entrar em quadra e vestir o manto sagrado. Eu que sou torcedor estou realizando um sonho – disse Varejão, que nesta sexta-feira será apresentado à torcida, mas ainda não tem data para estrear.
Se o Flamengo com cinco títulos em nove temporadas do NBB se permite ousar, o estreante Botafogo bota os pés no chão. No Rio, o Vasco, em seu segundo ano, tropeçou ao tentar brigar pelo título e, hoje, com salários atrasados, é 11º e já viu saída de atleta.
– O Botafogo não tem nada atrasado para atletas ou funcionários. O crescimento tem que ser gradativo. Não adianta gastar milhões e achar que vai ser campeão. No NBB não é assim – avaliou Gláucio Cruz.
Fonte: O Globo Online