Olá,
Clássico com 12 dias de treinamento e logo na segunda rodada de um Campeonato Estadual não é para ser observado com lupa. Há que se levar em consideração todas essas questões, além de o fato de ser uma partida disputada numa calorenta e sufocante tarde de verão. Noves fora todas essas questões, o jogo entre Fluminense e Botafogo serviu como rascunho do que pretendem seus técnicos para a temporada. O Abel Braga mandou a campo uma formação inicial no 3-5-2, pois esta é a melhor alterativa que tem, pelo menos no momento, para compensar o esquartejamento sofrido pelo Fluminense neste início de temporada. Do outro lado, o Botafogo que buscou solução para a saída do Jair Ventura em um profissional com a mesma origem: trabalho nas divisões de base e conhecimento da estrutura do clube.
A diferença entre um e outro é que o Fluminense, apesar das perdas, não perdeu a identidade. O treina um homem especial e um profissional altamente capacitado. Daqueles que já viu e viveu muita coisa no futebol. Capaz de perceber em que pontos deve tocar e como extrair o máximo de quem pensa já ter esgotado a capacidade de se doar. O Fluminense do segundo tempo no empate de 0 a 0 foi o resultado do que disse e fez Abel no intervalo. A crença no que diz o técnico é total e por esta razão o time mais lamenta do que comemora o empate.
Já o Botafogo vive situação diferente. Neste século, após o trabalho do Cuca, viveu os seus melhores momentos sob a orientação do Jair Ventura. Novato no ramo e mais um da lista de promissores, o JV montou um time organizado, concentrado e crédulo em tudo o que seu técnico dizia. O Felipe Conceição é um novato, quer mudar de ontem para ontem a identidade do time e ainda não se fez acreditar. Jogador de futebol é, por natureza, desconfiado. Quando alguém chega querendo mudar o que foi feito, o trabalho fica mais difícil, pois a insegurança trava. Foi o que se viu neste sábado. Será um trabalho longo e que exigirá paciência, além do entendimento do Felipe Conceição de que o trabalho na base ajuda na formação de um profissional, mas a receita para os profissionais é diferente.
Fonte: Blog do PC Vasconcellos – SporTV.com