Anne, Regis e o filho Miguel: cuidado e carinho no Hospital de Balsas. (Foto: Arquivo Pessoal)
O parto de Miguel seria delicado. Após um quadro de diabetes gestacional, infecção no sangue, perda de líquido amniótico e outras complicações, a equipe particular de especialistas que acompanhava Anne Evellyn Fortes Camera recomendou uma cesariana com 33 semanas de gestação. Em condições normais, o parto seria feito somente com 40 semanas.
Com o diagnóstico de parto de risco, Anne e o marido, o empresário e produtor rural Régis Bedin Camera, começaram uma corrida em busca da vida e da saúde do segundo filho. A família mora na cidade de Balsas.
Anne comemora a chegada do pequeno Miguel, que nasceu no Hospital Macrorregional de Balsas. (Foto: Arquivo pessoal)
“A gente já estava com o avião particular para ir para Araguaína ou Goiânia. A minha obstetra queria para Araguaína porque seria mais perto e nós queríamos em Goiânia, porque teríamos onde ficar lá”, contou Anne. A família estava num dilema.
Filho de Balsas
Nada disso foi preciso, entretanto. Antes de pegar o avião, a família tomou outra atitude. “Entramos em contato com o diretor do hospital Macrorregional daqui de Balsas e ele nos garantiu: ‘Podem confiar, o hospital está pronto para atender’”, conta a mãe.
No início, Régis e Anne ficaram reticentes, com receio de que um hospital público não pudesse oferecer a mesma qualidade de uma clínica privada. Mas logo perceberam que o Hospital de Balsas, inaugurado pelo Governo do Maranhão em setembro de 2017, estava preparado. O jatinho, então, foi dispensado.
No dia 27 de outubro do ano passado, Miguel nasceu; e logo após o parto, que foi um sucesso, foi internado na UTI Neonatal. Ele ficou em uma incubadora, onde ficou recebendo as medicações e sendo acompanhado.
A mãe teve atendimento especializado inclusive para tratar o quadro de tensão durante o período, que acabou prejudicando o problema anterior de hérnia de disco. “Fui acompanhada por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, deu tudo certo”, diz Anne.
O pai, Régis, também ficou só alegria: “Pra mim, era importante ver meu filho nascendo em Balsas, na nossa origem mesmo. Foi uma grande alegria. Só tenho a agradecer a toda a equipe e elogiar a estrutura apresentada”.
Anne e o esposo Regis na UTI Neonatal do Hospital. (Foto: Arquivo pessoal)
Sobre a dúvida e a confiança de realizar o parto em um hospital público, na cidade de Balsas, Anne não esconde a admiração: “Com certeza foi a melhor decisão! Sabíamos que o hospital era novo, mas não imaginávamos que seria tão bom! Desde o segurança da portaria, os médicos, enfermeiros, foi tudo como hospital de cidade grande! A limpeza, então…”.
Anne também reconhece a importância da unidade hospitalar para outras mães da região: “É muito bom, a gente precisava demais. Imagina quantas mães tinham que sair antes atrás de um hospital em outra cidade numa situação tão delicada como essa”.
Alta Complexidade
De acordo com o diretor do hospital, Eliabe Wanderley da Silva Aguiar, o parto de Miguel foi apenas um dos muitos que o hospital vem fazendo desde que foi inaugurado. Ele também confirma o preparo da unidade tanto em relação à estrutura e equipamentos quanto aos profissionais.
“Temos atualmente uma taxa de 51% de partos cesariana. Nossa meta é baixar esse número e diminuir o índice de transferência de paciente neonatal. Esse caso do Miguel foi um grande exemplo para nós de que estamos preparados para cuidar com muito carinho e comprometimento das futuras mães que terão seus filhos em Balsas”, ressalta.
Responsabilidade em números
O Hospital Regional de Balsas oferece serviços de média e alta complexidades, entre eles o de assistência materna de urgência e emergência obstétrica 24h. Ele é referência para, pelo menos, 14 municípios da região.
A unidade de saúde possui 4.000 m² e 50 leitos disponíveis, com dez leitos de UTI Adulto, seis de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional e quatro de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru.
Diariamente são 815 atendimentos, entre consultas e exames nas áreas de clínica médica, ginecologia, obstetrícia, cirurgia geral e pediatria, além de exames laboratoriais e diagnósticos em oftalmologia e cardiologia; e serviços de diagnóstico por imagem como ultrassonografia, mamografia, exames de radiologia, tomografia e endoscopia.
Miguel em casa e na companhia do irmão mais velho. (Foto: Arquivo Pessoal)
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