A diversão do Carnaval proporcionou visibilidade positiva para um público que, quando não passa desapercebido, é visto com desconfiança. Nesta quarta-feira (7), o cortejo com os blocos do Corra pro Abraço, formado por usuários de substâncias psicoativas, os Invisíveis e o pipoca da prevenção do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia, saiu pelas ruas do Pelourinho, seguindo pelo Terreiro de Jesus em direção ao Largo Quincas Berro D’água.
Para o secretário da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), Carlos Martins, este é o Carnaval dos direitos humanos. “E nada melhor do que começar com essas pessoas que precisam de atenção, do combate e da prevenção ao uso abusivo de drogas. O Corra pro Abraço trabalha muito com isso e nós mostramos ao mundo essa temática importante para garantir os direitos humanos. Essa é uma política pública de redução de danos e o que se espera da visibilidade é que as pessoas evitem o preconceito. Por isso o tema do bloco é Nenhum Direito a Menos”.
A coordenadora geral do Corra pro Abraço, Trícia Calmon, afirmou que o programa está com uma equipe de plantão, em parceria com o Tribunal de Justiça, no Núcleo de Prisão em Flagrante, atendendo e recebendo as pessoas que passam pela audiência de custódia e estejam dentro do perfil de usuários do serviço. “Prestamos orientação jurídica e de assistência social, seguindo nessa questão da promoção de direitos”.
A coordenadora do Carnaval Social do Pelourinho, Alessandra Gomes , informou que o bloco está no sétimo ano. “A gente dá invisibilidade às instituições. Trabalhamos com a rede de enfrentamento à violência contra a mulher, de enfrentamento à violação de direitos e criamos o bloco dos Invisíveis. Hoje estão presentes 18 instituições e queremos levar a bandeira da gente para a rua, mostrar para a população que somos visíveis”.
E visibilidade é o que não faltou. Um grupo de jovens turistas, um da Dinamarca, dois da Alemanha e um da França, entendeu a proposta. Magnus Rothberb, da Dinamarca, gostou da arquitetura do Pelourinho, disse que o início da festa é lindo e que “é uma grande oportunidade para se chamar a atenção para a responsabilidade social com os grupos mais necessitados”.
Compõem a rede realizadora do Carnaval Social 2018 o Projeto Força Feminina, Centro de Convivência Irmã Dulce, Programa Corra pro Abraço/SJDHDS, Casarão da Diversidade/SJDHDS, CRAS Barroquinha, PlanInternational, Defensoria Pública do Estado da Bahia, Cedeca – Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, Aprosba – Associação das Profissionais do Sexo da Bahia, Semps – Secretaria de Promoção Social de Combate à Pobreza de Salvador, Posto de Saúde da Família – Terreiro de Jesus, ABADFAL – Associação Baiana de Pessoas com Doença Falciforme, Projeto Axé, COMVIDA – Comunidade Cidadania e Vida, Movimento Nacional de População de Rua e Posto, GAPA – Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia.
Repórter: Raul Rodrigues