No início da tarde desta sexta-feira (9), o titular da delegacia Geral de Homicídio, delegado Cristiano Camapum, recebeu a imprensa para esclarecer os fatos e circunstâncias dos ataques com líquido inflamável e fogo, ocorridos em Boa Vista. O caso mais recente ocorreu na madrugada desta quinta-feira (8) e teve como alvo uma família de venezuelanos.
Segundo Camapum, apesar da coincidência dos casos, as investigações começaram separadas. O primeiro caso ocorreu na madrugada de segunda-feira (5) e as vítimas foram uma mulher e um homem que estavam dormindo na varanda de uma casa, na Rua Sabiá, também no bairro Mecejana, onde vivem mais 30 venezuelanos.
Inclusive, as imagens do vídeo que a imprensa divulgou, são referentes a este primeiro ataque, onde um indivíduo não identificado joga um objeto com fogo por cima do muro e foge do local. Este fato caracteriza uma tentativa de homicídio com uso de fogo.
“Mas não há ainda confirmação se o crime tem relação com caso de xenofobia ou outra coisa referente ao processo de imigração que o Estado vivencia no momento. Estamos investigando a tentativa de homicídio em si, ou se por ventura, havia desavenças entre as vítimas e o infrator”, disse o delegado.
O segundo ataque ocorreu na madrugada desta quinta-feira (8) por volta das cinco horas da manhã. “Basicamente com o mesmo modus operandi, com as mesmas características do autor do primeiro ataque. Ele age sozinho e arremessa um líquido com fogo para o interior dos cômodos”, explicou Camapum.
Neste segundo caso, as vítimas estavam em um prédio inacabado na Rua Pedro Rodrigues, também no bairro Mecejana, onde não há portas e nem janelas, deixando as pessoas que estão dormindo no local, mais propensas aos ataques.
Desta vez, uma família venezuelana – pai, mãe e uma criança de três anos – foi atacada. A criança sofreu queimaduras de 2º grau e ainda se encontra internada no Hospital da Criança, os pais sofreram queimaduras mais leves e estão sendo acompanhados.
As equipes da DGH e do NPCA (Núcleo de Proteção a Crianças e Adolescentes) iniciaram as diligências e passou-se a trabalhar em cima da possibilidade de ser o mesmo autor.
“As investigações desde o primeiro caso continuam. Hoje, o autor já está identificado, sabemos quem é. Sabemos que, nos dois casos, trata-se do mesmo infrator. Estamos com várias equipes na rua tentando a prisão em flagrante desta pessoa. Não podemos divulgar nomes e outros dados para não atrapalhar as investigações. Podemos pedir prisão preventiva ou temporária para o acusado. Ele será preso a qualquer momento. Inclusive há possibilidades de outros casos e pode ser um caso de um piromaníaco, perfil de quem ataca pessoas tentando matá-las com fogo”, finalizou Camapum.