Maior artilheiro da história do Campeonato Carioca, Roberto Dinamite marcou 284 gols com a camisa do Vasco no torneio. O atacante colecionou grandes momentos e conquistou cinco títulos estaduais ao longo das três passagens pelo clube. Na hora de definir seu jogo mais marcante na competição, ele não tem dúvidas: o clássico com o Botafogo que ficou famoso pelo gol do lençol em Osmar, no Maracanã, pela Taça Guanabara de 1976.
“É uma história bonita de um gol muito importante. Recebi o passe do Zanata, dominei no peito, dei o lençol e bati antes de a bola cair. Em razão da beleza do lance e de estar faltando um minuto para o fim, marcou muito para mim. Foi o gol mais bonito da minha carreira. Um momento único e especial no Maracanã”, lembra Roberto.
O Vasco x Botafogo daquele 9 de maio de 1976 era de vida ou morte para o time de São Januário. Na penúltima rodada da Taça Guanabara, a equipe precisava da vitória para manter a perseguição ao líder Flamengo. O Botafogo saiu na frente no primeiro tempo, com gol de Ademir Vicente.
No intervalo, Roberto subiu à tribuna em que estavam o ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, e o cônsul dos Estados Unidos no Brasil, e entregou sua camisa. “Perguntaram se viraríamos aquele jogo, mas eu não poderia imaginar que conseguiria fazer dois gols”, revela o artilheiro.
Depois de tanto insistir, o Vasco empatou aos 17 do segundo tempo, e virou aos 44, no gol que entrou para a história do Maracanã e do futebol brasileiro. Beneficiados pelo empate do Flamengo com o Fluminense na última rodada, os vascaínos se igualaram em pontos aos rubro-negros e conquistaram a Taça Guanabara no jogo de desempate, nos pênaltis.
Nessa decisão, Roberto Dinamite marcou o gol do Vasco no tempo normal, de pênalti, e também converteu sua cobrança na disputa de penalidades. Abel Braga foi o único a desperdiçar do lado vascaíno. Pelo Flamengo, Zico e Geraldo perderam. Para Roberto, ter jogado na época de uma geração vencedora do maior rival, com Zico como principal expoente, não o impediu de alcançar um reconhecimento à altura de seus feitos. Pelo contrário: o ajudou.
“Ser da mesma geração do Zico fez com que eu tivesse meu valor. Mesmo sendo adversário, muitos rubro-negros me encontram e conversam comigo por causa do que eu fazia contra eles em campo”.
Um ano depois de protagonizar o épico gol contra o Botafogo, Roberto Dinamite foi o destaque da foto que rendeu o Prêmio Esso ao fotógrafo Ronaldo Theobald, do JORNAL DO BRASIL. A imagem foi feita quando o Vasco voltava para o segundo tempo da vitória por 3 a 1 contra a Portuguesa, na Ilha do Governador, em 15 de maio de 1977.
“É uma imagem significativa do torcedor querendo me tocar. Tenho essa foto na minha sala, guardo com carinho. O Ronaldo Theobald foi muito feliz. É um momento de explosão da torcida vascaína”, define Roberto.
“O JORNAL DO BRASIL
sempre foi um jornal sério.
Mostrava tudo do Rio,
do Brasil e do futebol.
O retorno às bancas
dá a dimensão de sua
importância e vai mostrar
ao torcedor carioca e
brasileiro o que é o futebol
do Rio de Janeiro. O JB é um
veículo com competência e
qualidade”
ROBERTO DINAMITE
“Deus de calção e chuteira”: a foto de Ronaldo Teobald, vencedora do Prêmio Esso, mostra torcedores tentando encostar em Roberto Dinamite na volta para o segundo tempo contra a Portuguesa, na Ilha
Roberto Dinamite: o sorriso do ídolo do Vasco, maior artilheiro do clube em todos os tempos
Fonte: Jornal do Brasil