Analisar futebol, para mim, é sempre com calma. Por mais que quem acompanhe esse espaço saiba que eu não poupo palavras não tão utilizadas no jornalismo esportivo usualmente, eu ao menos dou tempo ao tempo. Dorival Jr estava mal? Citava ideias demais e tinha pouca prática no campo? “Calma, vamos ver”. Mas, infelizmente, nem sempre é possível esse tipo de pensamento.
Por isso, cravo: Jair Ventura precisa ser demitido.
Infelizmente a ideia foi ruim e a prática pior ainda
Tal como Levir Culpi em 2017, Jair Ventura tinha uma função: renovar o time. Claro, ele não tem o poder de contratação, nem de dispensa. Mas tem o poder de colocar em campo quem ele quiser. E ele é péssimo nisso. Péssimo. Ou pior.
A derrota patética para o gloriosíssimo Real Garcilaso, um time fortíssimo, nossa, uma seleção, que time maravilhoso, só indicou o óbvio. Jair teve dois meses para colocar os meninos para jogar e sumir com os veteranos que nunca produziram, ou estão em queda vertiginosa na carreira.
Mas não. Ele optou por fazer o que Levir Culpi fez: aceitar jogadores semi-idosos ou com vontade e pique de idosos e afundou a molecada no banco. E vai conseguindo proeza atrás de proeza. Derrotas para Bragantino em casa e GARCILASO – sério, o Santos perdeu para o GARCILASO – beiram o amadorismo. Jair Ventura, se técnico profissional, não pode perder tais jogos. E perdeu. Com culpa no cartório em todos.
Primeiramente, a insistência em colocar Rodrygo, que deveria ser titular desdde o início do Paulista, só apenas após os 35 minutos do 2° tempo. A justificativa existe desde que o futebol é futebol: “Pode queimar o jovem”. Não, não pode. Porque aqui é o Santos, um clube que vive disso. Um clube em que a parte inteligente da torcida quer e ACEITA que meninos de 17 anos sejam colocados em campo e ganhem experiência NO CAMPO. Sem jogar, como ele vai pegar confiança?
Depois, o óbvio: escalou Rodrigão até o limite, escala Vecchio, escala Renato, escala Copete, escala David Braz. E vocês sabem: quando Victor Ferraz voltar, vai ser como titular.
Inventa Jean Mota na esquerda, inventa COPETE DE LATERAL. Não tira Copete nunca de campo. Deixa, em um jogo na ALTITUDE, com mais de TRÊS MIL METROS acima do nível do mar, o meio campo ser formado por RENATO E VECCHIO. O coitado do Alison saiu de campo exaurido, pois era o único a marcar e o único a sair jogando.
Jair Ventura colocou, num jogo com 3 mil metros de altitude, Vecchio, alguém que não sabe o que significa ‘correr’, como o único meia armador num time formado para atuar no contra ataque.
Se isso não dá justa-causa, não sei o que dá.
Andamos um pouco para trás, e vemos David Braz e Jean Mota cometendo falhas infantis (alguma novidade?) no primeiro gol do Garcilaso (GARCILASO!). David Braz larga quem estava marcando e não olha para trás. Jean Mota deixa o outro pasar por trás e este, livre, toca para o gol.
Gustavo Henrique e Lucas Veríssimo jogaram muito contra o São Paulo. Mas Braz é titular. Jair Ventura precisa ser demitido.
Eu falei 2017 inteiro aqui, e antes em qualquer espaço que eu pude em minha vida: todo técnico brasileiro é ultrapassado. Ou vem um estrangeiro, ou o destino do Santos é esse: ser o lanterna num grupo com REAL GARCILASO.
REAL
GARCILASO.
Jair Ventura precisa cair.
Fonte: Blog do Felipe Noronha – ESPN