Dentro da agenda de atividades de prevenção e de combate à hanseníase, articulada a partir do lançamento do Plano Estadual de Enfrentamento da doença no Estado, os profissionais do Centro de referência em Hanseníase de Alta Floresta realizaram o segundo encontro de grupo de autocuidado com tema autoestima e estigma. Participaram 15 pacientes que estão sendo tratados pela rede básica de saúde do município.
O evento teve como objetivo esclarecer um problema recorrente entre os pacientes que é o estigma da doença hanseníase. O tema é bastante oportuno em razão de esse ser um obstáculo para que muitas pessoas doentes não procurem o tratamento.
De acordo com a psicóloga Fernanda de Sá, que ministrou a palestra aos pacientes, o estigma ainda causa o isolamento social da pessoa por medo e vergonha, fatores que dificultam o acesso ao tratamento e a cura.
“Ainda na atualidade, e apesar da doença ter cura, ainda é comum nos depararmos com pessoas que associam a hanseníase à lepra que ocorria há milhares de anos, quando não havia tratamento e as pessoas doentes eram isoladas da sociedade e do convívio familiar. Isso não ocorre mais há muito tempo, pois com o avanço da medicina que descobriu a forma de tratamento e a cura da doença. Com o tratamento adequado e a descoberta precoce da hanseníase é possível o paciente ter uma vida normal, como trabalhar, estudar, conviver com os seus familiares e amigos e se relacionar com outras pessoas em geral”, destacou o fisioterapeuta André Luiz de Brito, responsável técnico do Centro de Referência em Hanseníase de Alta Floresta.