No final do ano passado, Zé Ricardo resumiu, num papo informal, seu bem-sucedido retorno ao Vasco _ sim, o técnico passou pelo futsal do clube!
E o fez escorado no sucesso do campeão Fábio Carille e do elogiadíssimo Jair Ventura.
E levantou a bandeira em prol dos técnicos que fazem a carreira nas divisões de base.
Muitos saindo de cena sem a oportunidade de dirigir um time profissional ou chegar a uma grande marca.
“Tem muito técnico bem preparado nas divisões de base dos clubes, gente com resultado, à espera da chance que em alguns casos nunca vem…”
COM A DEMISSÃO de Dorival Júnior no São Paulo e a promoção provisória do elogiadíssimo André Jardine, voltei ao tema com o técnico vascaíno.
Queria saber se o gaúcho, de 38 anos, fazia parte dos profissionais citados e qual conceito sobre o trabalho são paulino.
“Muito bom! Se tiver o mínimo de tempo, vai arrebentar! Super vitorioso na base do Inter, do Grêmio e do próprio São Paulo”, avalizou.
A meu juízo, Zé Ricardo deixou nas entrelinhas um recado claro sobre a tendente renovação no comando técnico dos clubes.
O INVESTIMENTO na formação já não está mais restrito apenas a jovens jogadores _ aqueles de “meia confecção”.
Alguns dos principais clubes há tempos caçam também técnicos e analistas de desempenho que mais à frente assumam seus times principais.
O Flamengo, por exemplo, trouxe Maurício Barbieri, de 37 anos, que, se destacava em equipes menores do futebol paulista, para auxiliar Carpegiani.
Tem boa formação acadêmica, estágio com José Mourinho no Porto e vivência na montagem times.
Do sub 15 do Audax-RJ aos profissionais do Red Bull-SP.
Não chega a ser exagero imaginar que Barbieri mais à frente, receba a chance de dirigir o time.
NOVA SAFRA
É UM MERCADO emergente que, há pouco, quase deixou o Botafogo sem o vitorioso Eduardo Barroca, do sub 20, sondado pelo Grêmio e pelo Red Bull.
Os clubes estão em busca de treinadores com metodologias de trabalho mais atuais e não só na parte prática, também no trato interpessoal.
Por isso o Internacional aposta em Odair Hellmann, de 41 anos, mais um puxado da base.
E o Atlético-MG insiste mais um pouco no ex-analista de desempenho Thiago Larghi, de 37, ex-auxiliar de Osvaldo Oliveira e ex- estagiário de Pep Guardiola.
ZÉ RICARDO sabe o que diz…
E não é a toa que o presidente Alexandre Campello e o vice de futebol, Fred Lopes, iniciaram a reestruturação da base se aconselhando com o próprio Zé.
Foi dele a indicação de Carlos Brasil para comandar o departamento.
E ambos escolheram os treinadores contratados para dirigir as categorias inferiores do Vasco.
Todos com histórico de bons serviços prestados a outros clubes.
E afinados com a nova filosofia a ser implantada em São Januário.
Em tese, no dia em que Zé Ricardo deixar o clube, a diretoria talvez saiba onde buscar o sucessor…
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira – Extra Online