Já conhecida dos mais atentos ao noticiário de setembro, o ocorrido voltou pelo próprio ex-presidente da Câmara agora em maio. Por duas oportunidades, e em meio a acusações de que o oponente usava o processo de impeachment para se manter no cargo, Dilma Rousseff procurou Eduardo Cunha para oferecer “cinco ministros do Supremo“ para “ajudar”. Num delas, no 1º de setembro de 2015, em reunião registrada na imprensa, a oferta foi feita diretamente pela própria presidente.
A segunda tentativa ocorreu por intermédio de um dos maiores aliados e amigos da petista, Luiz Fernando Pezão, no Palácio do Jaburu. Há um registro desse encontro no Globo apenas 9 dias depois. Também sem especificar de que tipo de ajuda se tratava, o governador do Rio de Janeiro insistiu que Dilma Rousseff oferecia “cinco ministros do Supremo“.
A acusação se encaixa perfeitamente na manobra que o PT iniciou ainda em fevereiro, quando medições apontavam que o Brasil viveria em 15 de março de 2015 o maior protesto de sua história. Como o PGR nada encontrou de substancial contra Aécio Neves, Dilma Rousseff partiu para cima dos nomes que arbitrariam o recebimento do impeachment no parlamento.
Renan Calheiros voltaria ao governismo em agosto. Quanto a Eduardo Cunha, jura que não acreditou na ajuda oferecida pela presidente, disse que a entendeu como bravata. De fato, o peemedebista usaria a apreciação dos pedidos como escudo para os ataques que sofria. Mas também é fato que interessava ainda mais à presidente ter o antigo aliado de volta.
Por três meses, Cunha, Dilma, Lula e o PT negociariam um acordo que enterraria de vez as chances de o partido perder a Presidência da República. Mas uma rebelião do petismo no Conselho de Ética, em manobra autorizada por Rui Falcão, ou seja, por Lula, os deputados petistas votaram contra o peemedebista no início de dezembro. Esgotava-se ali qualquer possibilidade de acordo. E o impeachment seguiria o curso natural.
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