O presidente interino Michel Temer (PMDB) reforçou durante cerimônia de posse de cinco presidentes de órgãos federais nesta quarta-feira (1°) que seu governo não vai tentar interferir na Operação Lava Jato. A afirmação é feita após a queda de Romero Jucá, que apareceu em gravação falando em pacto para “estancar a sangria” da Lava Jato, e de Fabiano Silveira, que criticou a Operação e deu orientação para investigados em áudio.
“Quero revelar pela enésima vez que ninguém vai interferir na chamada Lava Jato. Não haverá a menor possibilidade de qualquer interferência do Executivo”, garantiu o presidente interino.
O peemedebista, que já enfrenta crises e a desconfiança do mercado financeiro, aproveitou para chamar de “oportunistas” os que querem relacionar resultados negativos da economia do país ao seu governo. Ele frisou que o número de 11 milhões de desempregados e o aumento da inflação não ocorrem por culpa do seu governo.
“Não falarei em herança de espécie nenhuma. Apenas revelo a verdade dos fatos para que oportunistas não venham debitar os erros dessa herança ao nosso governo”, disse. “O país se encontra mergulhado em uma das grandes crises de sua história, uma conjugação de problemas causados de erros ao longo do tempo que comprometeram a governabilidade.”
Ele também alegou que não vai “destruir aquilo que mais toca” os setores sociais, e que não haverá redução nas áreas de saúde e educação. “Eu quero registrar, para que não tenha exploração, que os percentuais referentes a saúde e educação não serão modificados”, informou, sobre o projeto da fixação de teto para gastos públicos, que será enviado ao Congresso Nacional.
Ele voltou a indicar, contudo, que “sacrifícios” serão necessários para “encontrar o caminho para a geração de emprego e o crescimento do país”.
Temer frisou ainda que não quer um Estado “máximo” ou “mínimo”, mas “suficiente” e “eficiente”. “Reforça-se a ideia de uma equipe econômica que tem os olhos voltados ao Brasil. Não existe espaço no país para um estado inchado e ineficiente. O estado que a sociedade quer é que ofereça espaço para o progresso e incentive o empreendedor.”
Na cerimônia no Palácio do Planalto, tomaram posse Maria Silvia, no BNDES, Pedro Parente, na Petrobras, Gilberto Occhi, na Caixa, Paulo Caffarelli, no Bando do Brasil, e Ernesto Lozardo, no Ipea. Para Temer, eles têm o perfil de “competência e eficiência” que ele pretende relacionar ao país.
Fonte: Jornal do Brasil