Um comprador anônimo argentino dominou um leilão de itens de um acervo de artigos nazistas no final de semana em Munique, na Alemanha. Segundo a imprensa alemã, o comprador misterioso gastou sozinho mais de 600.000 euros, quantia equivalente a 2,3 milhões de reais, para adquirir mais de 50 peças, entre elas uma calça e uma jaqueta militar do ditador Adolf Hitler e roupas íntimas que pertenceram a Hermann Goering, braço direito do ditador alemão e comandante da força aérea nazista.
No leilão, o comprador misterioso usou o codinome 888, que remete ao código neonazista 88 para a saudação ‘Heil, Hitler’ – o número 8 corresponde à letra H no alfabeto.
As calças foram arrematadas por 62.000 euros (238.000 reais), a jaqueta por 275.000 euros (1 milhão de reais), um relógio por 42.000 euros (pouco mais de 160.000 reais) e algumas peças de roupa íntima de seda de Goering por 3.000 euros (11.500 reais), de acordo com o jornal alemão Bild.
Entre os outros itens postos à venda estava o recipiente de latão que continha a cápsula de cianureto que Goering engoliu enquanto aguardava julgamento em Nuremberg em 1946, que foi adquirido por 26.000 euros (100.000 reais), e as placas de raio-x de Hitler feitas após uma tentativa frustrada de assassinato em julho de 1944, informou a Hermann em seu site.
Repugnante – A venda das peças da coleção de um médico militar americano que atendeu réus dos Julgamentos de Crimes de Guerra de Nuremberg foi criticada pela comunidade judaica alemã, que a classificou de “escandalosa” e “repugnante”. O Conselho Central de Judeus repudiou o leilão na véspera da venda e pediu à Hermann para cancelar o evento.
A casa de leilões disse em sua página de Internet que só obtém objetos de história alemã contemporânea sob condições específicas para museus, arquivos e colecionadores sérios para ajudar a entender os acontecimentos da era nazista e fazer com que eles jamais se repitam.
O Bild noticiou nesta segunda-feira que 169 dos itens vendidos eram da coleção do médico militar John K. Lattimer, que morreu em 2007.
(Com Reuters)
Fonte:Veja