O presidente interino Michel Temer sugeriu a cerca de 500 empresários no Palácio do Planalto nesta quinta-feira que o governo afastado de Dilma Rousseff levava empresas à falência.
Não houve anúncio de desburocratização, apesar da expectativa. Temer e ministros voltaram a ressaltar a boa relação do Planalto com o Congresso e a garantir a responsabilidade fiscal.
Em seu discurso de posse no governo interino, horas depois de Dilma ser afastada, Temer havia pedido a confiança da sociedade para vencer a crise, e citado uma placa “Não fale em crise, trabalhe” que havia visto em um posto de gasolina na rodovia Castello Branco. Depois da fala, a imprensa noticiou que o posto havia falido. Nesta quinta-feira, ele afirmou que no governo atual isso não aconteceria.
— Faliu por causa do sistema econômico anterior. No sistema atual, não faliria — atacou Temer.
Novamente sem citar a petista, ele criticou o modo “autoritário” de não dialogar com o Legislativo, e enfatizou que no governo interino o Congresso aprova matérias rapidamente, o que mostra uma relação “harmoniosa”, diz.
— Num estado democrático, a conjugação do poder Executivo com o Legislativo é fundamental. Em um estado autoritário não. Você centraliza tudo no poder Executivo e despreza a representação popular que está no Legislativo — disse, e completou: — Isso significa uma base muito sólida, uma integração muito grande, e é isso que dá a chamada governança.
Temer disse que está fazendo o Brasil “voltar à realidade”. Antes de discursar, ele ouviu o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, contemporizar os reajustes dados nesta quarta-feira a servidores do Judiciário e a beneficiários do Bolsa Família.
Fonte:Oglobo