O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 98,9 pontos em novembro. Na série com ajuste sazonal, houve aumento de 1,2% em relação a outubro e 23,5% na comparação anual. O resultado, no entanto, ainda permanece abaixo da zona de indiferença, de 100 pontos, refletindo a contínua redução das vendas no varejo e a dificuldade de recuperação do setor em curto prazo.
“Embora haja a percepção de que a crise econômica esteja lentamente perdendo a força, as condições do mercado de trabalho, o crédito caro e a restrição de renda das famílias permanecem como um entrave para a recuperação do comércio varejista. Por outro lado, a desaceleração da inflação influencia positivamente o comércio”, analisa a economista da CNC Izis Ferreira.
Condições atuais
Com 58,5 pontos, o componente que mede as condições correntes subiu 50% na comparação com novembro de 2015, a maior variação positiva da série histórica, iniciada em março de 2011. Já em relação ao mês passado, o acréscimo foi mais tímido, de 3,2%.
Na comparação anual, a percepção dos varejistas quanto às condições atuais melhorou em relação à economia (138,2%), ao desempenho do setor (48,7%) e ao comportamento da própria empresa (22,8%). Contudo, para 80,4% dos varejistas, a economia piorou em novembro.
Perspectivas
Único componente acima da zona de indiferença, o índice que mede as Expectativas do Empresário do Comércio alcançou 150,3 pontos. Na passagem mensal, as expectativas melhoraram 0,8% e, na anual, 24,3% – variações positivas nesta comparação anual não ocorriam desde julho de 2013.
Em relação a outubro, os resultados foram impactados pela melhora nas perspectivas de curto prazo quanto ao desempenho da economia (1,1%), do setor (0,9%) e da empresa (0,5%). Ante novembro de 2015, todas as variações também foram positivas: 43,5% (economia), 22,2% (setor) e 12,3% (empresa). Na avaliação de 82,9% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos próximos meses.
Investimentos
O índice que mede as condições de investimento registrou 87,9 pontos, com uma variação mensal de +0,3% e anual de +9,4%. Ainda influenciadas pelo trabalho temporário de fim de ano, as intenções de contratação de funcionários aumentaram 0,4% ante outubro e 25,6% ante novembro de 2015. Já as possibilidades de investimentos caíram 0,4% na comparação mensal e subiram 3,2% na anual. Para 70,5% dos empresários, as intenções de investimento no capital social das empresas são menores.
Por outro lado, a avaliação dos estoques melhorou 0,7% em relação a outubro, mas piorou 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Para 30,4% dos comerciantes, os estoques estão acima do adequado em novembro.
As estimativas da CNC para o volume de vendas do comércio em 2016 são de -6% no conceito restrito e -9% no varejo ampliado, que inclui os setores de automóveis e materiais de construção.
Fonte: Assessoria