Muitos vereadores não querem apenas exercer a edilidade. A satisfação em ocupar o cargo só vem se, lá adiante, for possível ocupar um assento na mesa diretora. Melhor ainda: na Presidência da Câmara Municipal.
E vários deles, eleitos em Porto Velho, já estão se digladiando nos bastidores da política e arregimentando dividendos em termos de apoio para satisfazer suas pretensões. Claro, destacam-se alguns nomes que, embora não correspondam exatamente à competência ou mesmo experiência, despontam na preferência entre seus próprios colegas.
Dois deles são do mesmo partido, o PSDB, mesma sigla do prefeito eleito Dr. Hildon Chaves.
O iniciante Maurício Carvalho, irmão da deputada federal Mariana e filho do empresário Aparício, da FIMCA, foi eleito sob aquele velho pretexto de representar a juventude e por aí vai; Alan Queiroz, que já presidiu a Casa de Leis, já demonstrou que mesmo a prática não fora suficiente para ensiná-lo a reger a orquestra.
Duas figuras que, ao menos por ora, não inspiram muito otimismo: um por não ter bagagem e o outro por ter até em excesso, mas sem saber o que fazer com ela.
É necessário que o próximo presidente seja competente e saiba gerir, de forma correta, todos os meandros do Legislativo. Deve, ainda, conter despesas em tempos de crise, valorizar os servidores de carreira, evitar a sangria desenfreada de recursos públicos com concessões de diárias e outras questões que remetem a um seguro e direto aperto de cinto.
Queiroz já demonstrou que não sabe administrar. Seu sucessor, o ex-petista Jurandir Bengala – também reeleito – agora do PR, foi ainda pior. O parlamento municipal precisa de moralização para ontem, principalmente levando em conta que alguns nomes envolvidos em escândalos de corrupção, vide Operação Apocalipse, estarão de volta, com anuência do povo que os reelegeram.
Maurício Carvalho, mesmo com a árvore genealógica ligada à política, teria muito mais a oferecer na condição de vereador, aprendendo aos poucos com a experiência do cotidiano, do que na condição de presidente, uma vez que o cargo exige certo conhecimento e aptidão para gerenciamento de todo um Poder.
Isso tudo é só naquele panorama utópico do dever ser. Na realidade, os grupelhos estão se engalfinhando atrás dos holofotes para conferir ao próximo todo-poderoso inexorável força política para a tomada de decisões e ordenamento de despesas.
A sorte é que, experiente ou inexperiente, competente ou negligente, honesto ou corrupto, os órgãos de controle estão aí para expor e levar à condenação de todo aquele que atentar contra a Administração Pública e suas vertentes.
Fonte: Rondoniadinamica
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