Comemorado neste dia 05 de maio, o Dia Mundial de Higienização das Mãos é lembrando em hospitais públicos estaduais de Mato Grosso com campanhas de conscientização em busca da redução dos índices de infecções hospitalares.
Em Várzea Grande, o Hospital Metropolitano deflagrou a campanha “Mãos limpas são mais seguras” com o objetivo de conscientizar a população hospitalar (servidores e pacientes) com reflexos nos visitantes (parentes dos pacientes) e na população em geral sob a coordenação da enfermeira Keila Vanessa Silva Figueiredo, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). O trabalho atingiu cerca de 300 servidores da unidade.
Diretor clínico do Metropolitano, o médico Alberto Bicudo ressalta que quando se fala em lavagem de mãos num hospital com o perfil deste hospital, a questão ganha uma importância particularmente maior grande, porque ele é iminentemente cirúrgico, não tem porta de entrada.
“Como as mãos é o principal vetor de infecção hospitalar, e ela pode custar uma vida. Por isso essa higienização feita imediatamente após o contato com o paciente ou objeto hospitalar. É uma obrigação da de equipe de saúde, mas os visitantes e o paciente devem tomar este cuidado, manter os bons números em manter índices aceitáveis de infecção hospitalar”, reforça o médico.
Ele ressalta que ao longo da gestão atual tem havido uma preocupação em valorizar bastante campanhas deste tipo que englobam tanto a população usuária do hospital como a população externa, que sensibiliza e ecoa de uma maneira em geral.
O hospital é referência em cirurgias programadas de alta complexidade em ortopedia, que é uma cirurgia limpa. Segundo Alberto Bicudo, são procedimentos que geralmente fazem uso de próteses, órteses, materiais implantáveis, onde a ocorrência de uma infecção é considerada um desastre cirúrgico. “Podemos perder todo o procedimento cirúrgico por conta de uma infecção com graves consequências para o paciente”, detalha o médico, observando que o Metropolitano também é referência em cirurgias bariátricas, de uma gravidade peculiar.
O diretor explica que uma das principais causas de infecção neste tipo de operação é através de germes que estão presentes na pele e que muitas vezes são transmitidos de pessoa para pessoa. E o simples fato de lavar as mãos já impede esse tipo de contaminação.
“A higienização das mãos na medicina é mais antigo até do que o próprio conhecimento da existência das bactérias. Mesmo antes de sabermos que as bactérias existiam já era certo que os profissionais que lavavam as mãos levavam menos contaminação para os pacientes”, pontua.
O diretor do Metropolitano informa que a campanha deve ser estendida para a população de uma maneira geral, porque o cuidado em lavar as mãos deve ser dos parentes que visitam o paciente e também do próprio paciente, porque se ele mesmo não tiver o cuidado pode ser um agente de contaminação da sua operação.
“Tudo o que se faz no sentido de combater a infecção é importante. A eficácia de lavar as mãos chega a ser maior do que a eficácia de usar um antibiótico antes da cirurgia como profilaxia. Não tem remédio que se compare. Lembrando que a higienização deve se estender aos equipamentos como termômetro e estetoscópio”, destaca.
O método de lavagem das mãos é simples, sendo que o álcool gel é disponibilizado no corredor do hospital para que todos possam usá-lo o tempo.
Índices aceitáveis
O Hospital Metropolitano de Várzea Grande, que realiza cerca de 300 cirurgias por mês, vem registrando uma taxa de infecção abaixo do índice considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Nos últimos seis meses, a unidade, que é referência do Sistema Único de Saúde (SUS) em cirurgias de trauma e bariátricas para o estado de Mato Grosso, manteve uma taxa de infecção de 2%, enquanto a prevista pela OMS é de 5%.