Recentemente, o governador do Estado, Daniel Pereira (PSB), exonerou o diretor-geral da Polícia Civil, Eliseu Müller, que ocupava o cargo há mais de dois anos. O chefe do Executivo Estadual agiu rápido e nesta quarta-feira (19) empossou a experiente delegada Walkyria Manfroi como chefe da PC.
O Rondôniavip procurou o ex-diretor-geral para saber os reais motivos da sua saída repentina. De maneira tranquila, ele respondeu que seria “para oxigenar a instituição, com novas ideias e novas formas de trabalho”.
Perguntado se iria sair de cena para tirar férias, Eliseu disse que nem sabe o que é isso. “Nunca tirei férias. Sempre trabalhei direto na Polícia. Não sei como serão as coisas daqui para frente. Talvez, eu assuma a Central de Flagrantes, onde trabalhei por bastante tempo”.
Mistério
Fontes da própria Polícia Civil revelaram a reportagem do Rondôniavip que o principal motivo da saída de Eliseu Müller da Direção Geral teria sido a recusa formal dele em ceder o banco de dados do Instituto de Identificação de Rondônia para a Casa Militar. Na prática, o que se pretendia é que a CM tivesse acesso aos dados pessoais de qualquer pessoa que fez carteira de identidade em Rondônia sem qualquer auditoria de sistema.
Ainda segundo essas fontes, o pedido teria partido diretamente do próprio governador Daniel Pereira e do atual chefe da Casa Militar, capitão Marcelo, que o acompanha há quase quatro anos, desde quando Pereira ocupava o cargo de vice-governador.
O pedido teria causado estranheza na cúpula da Polícia Civil, pois nunca tinha sido feito às vésperas do 1º turno das eleições, que acontece no próximo dia 07 de outubro.
Alguns integrantes da diretoria da PC chegaram ao entendimento de que a equipe militar do governador pretendia que a Polícia Civil simplesmente cedesse todas essas informações pessoais para que usassem da forma que bem entendessem, mesmo em período eleitoral.
Outro lado
A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Segurança Pública, Defesa e Cidadania (Sesdec), órgão que comanda a Polícia Civil, em nota enviada ao Rondôniavip, apontou que “a notícia não é verídica. O banco de dados do Instituto de Identificação Criminal é da Polícia Civil e não tem relação com o sistema de dados da Polícia Militar. A Polícia Militar conta com o sistema de registro policial, que é o Sisdepol. A informação sobre requerer banco de dados sigiloso não existe, pois não há relação entre eles. Atualmente existe a estratégia de integração com acesso ao registro policial e se trabalha em conjunto para esse fim”.
Fonte:Jornal Rondoniavip