Apresentação da Femate, realizada no município de Alto Alegre do Pindaré. (Foto: Divulgação)
Superação, criatividade e a presença do grande público marcaram a 22ª edição do Festival Maranhense de Teatro Estudantil (Femate), realizado pela primeira vez fora da região Metropolitana de São Luís, no município de Alto Alegre do Pindaré, no Oeste Maranhense, no sábado (3) e domingo (4). A promoção foi da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur), por meio do Centro de Artes Cênicas do Estado do Maranhão (Cacem), em parceria com a Prefeitura.
A mostra, realizada no Teatro Municipal de Alto Alegre do Pindaré, reuniu professores e estudantes das principais escolas da região. Incentivo o debate entre educadores, motivou jovens artistas e destacou a importância das artes no contexto educacional. Com espetáculos teatrais produzidos por 3 municípios maranhenses da região, o evento contou com um total de 10 apresentações, encenadas por centenas de alunos de 8 escolas do ensino médio e fundamental.
Na abertura, no sábado, o grupo Liras de Orfeu levou ao público o melhor dos clássicos das músicas do Sertão Nordestino instrumentalizadas por meio das Liras, órgão musical com cordas. Em seguida houve a apresentação do grupo Amigos do Cavaquinho e o coral do município. Paralelo as atrações da abertura, foi montada uma mostra de arte contemporânea, representadas em quadros pintados por alunos do Ensino Fundamental da Escola Dr. Francisco Batista, ficou exposta nas paredes laterais internas do teatro durante os dois dias de evento.
O primeiro dia foi dedicado às apresentações dos alunos das escolas do Ensino Médio. E a primeira peça encenada no festival foi O Menestrel, de Willian Shakespeare. O monólogo é uma produção do Centro de Ensino Professora Marcelina Nóia Alves, de Alto Alegre do Pindaré. A segunda peça foi O Sonho de Xica do Cerrado, do Centro de Ensino Urbano Rocha, da cidade Imperatriz. Depois, teve a apresentação dos alunos do Centro de Ensino Dr. Raimundo Magno com a peça Chapeuzinho Vermelho e o Lobo que não era Mau, da cidade de Vitória do Mearim.
Na tarde de sábado, foi a vez do Centro de Ensino Professora Marcelina Nóia Alves, com o espetáculo O preguiçoso, apresentado por estudantes-artistas da cidade de Alto Alegre do Pindaré. Em seguida foi a vez dos estudantes do Centro de Ensino Vereador Joaquim Silva Sousa, do povoado de Auzilândia, do município de Alto Alegre do Pindaré, com a peça A Cinderela do Sertão. O último espetáculo do sábado foi Revolução dos Reinos da Tapiaca, encenada pelos estudantes do Centro de Ensino Professora Marcelina Nóia Alves.
No domingo e último dia do Femate de Alto Alegre do Pindaré, as atrações ficaram por conta dos alunos do Ensino Fundamental. E quem abriu a programação da manhã foi o Centro de Ensino Básico Sebastião Sudário Brilhante, de Alto Alegre do Pindaré, com o espetáculo Branca de Neve. Em seguida foi a vez da peça Vida de Palhaço, da Unidade Integrada Artur Azevedo, de Auzilândia.
No turno vespertino do domingo, a programação ficou por conta da peça Páginas de Circo e de Sertão que cabem no coração, da Unidade Integrada Dr. Francisco Batista, de Alto Alegre do Pindaré. Para encerrar a tarde e a competição entre os grupos teatrais, a encenação dos alunos do Colégio Professor Jerônimo Pinheiro, também de Alto Alegre do Pindaré, o Fantástico Mistério de Feiurinha, que levou adaptações dos contos de fada.
Incentivo cultural
Público lotou apresentações do Femate, realizado em Alto Alegre do Pindaré. (Foto: Divulgação)
O Femate tem a proposta de incentivar o interesse de crianças e adolescentes no fazer teatral, apresentando um mundo novo, onde eles possam se expressar e até mesmo realizar um sonho de infância, que é o de levar a arte ao grande público. A estudante Aline Santos, de 14 anos, que participou da peça O fantástico Mistério de Feiurinha, interpretando o papel de uma escritora disse que é uma grande oportunidade se apresentar no festival. “Estar aqui hoje representa o resultado de tudo aquilo que eu sonhei lá no início, há 8 anos atrás, quando eu comecei no teatro”.
Para Lucélia Santos, professora da rede pública estadual e mãe de Aline, a sensação é a melhor possível em ver sua filha subir no palco e fazer o que ela gosta de fazer que é estar no teatro. “É um sentimento maravilhoso e isso me enche de orgulho. Eu particularmente sou uma defensora da arte, porque a arte é símbolo de reconhecimento. No momento que jovem vai para o teatro, ele ocupa a mente, cria o senso crítico e evita estar nas drogas ou cometendo ações que não contribuem para o seu desenvolvimento como cidadão”, pontuou.
Orgulhosa com a apresentação do sobrinho, Dalciene Marques, moradora de Alto Alegre do Pindaré se emocionou ao assistir alguns dos espetáculos. “Eu achei maravilhoso e até chorei, só de felicidade. Feliz é a mãe que tem um filho que sobe num palco e se expressa. Essa oportunidade eu não tive. No entanto, hoje, eu acho essencial essa valorização que o Governo do Maranhão e o nosso município está ofertando para os nossos alunos. É fantástico ver o resultado de todo o trabalho dessas crianças. Espero que essa seja uma ação contínua”.
Da Premiação
Vitoriosos, os estudantes do Centro de Ensino Vereador Joaquim Silva Sousa, do povoado de Auzilândia, do município de Alto Alegre do Pindaré, se destacaram no palco do teatro, garantindo o primeiro lugar da premiação da categoria dos estudantes do Ensino Médio, com a bem-humorada peça A Cinderela do Sertão. A encenação, além de ressaltar as conquistas e peripécias da protagonista Cinderela, narrou a história do cotidiano de várias famílias que têm dilemas com filhos adolescentes. No total, a escola arrematou 11 troféus nas mais variadas categorias.
Quem levou o segundo lugar como o melhor espetáculo foi O Sonho de Xica do Cerrado, do Centro de Ensino Urbano Rocha, da cidade Imperatriz. Com duração de 60 minutos e direção de Domingos Alves de Alves, a peça emocionou o público ao retratar a história de uma família formada por pai, mãe e a filha Xica. A dramática retratou a escravidão do patriarca desta família, mantido por um juiz, durante 15 anos, até a sua morte.
Em terceiro lugar ficou o espetáculo encenado pelos alunos do Centro de Ensino Professora Marcelina Nóia Alves, com a peça “O preguiçoso”, apresentado por estudantes-artistas da cidade de Alto Alegre do Pindaré. Com direção de José Reinaldo Costa Ferreira e figurinos de Norma Ferreira Braga, os alunos contagiaram a plateia e jurados com a caracterização de histórias do passado e a adaptação do filme Tapete Vermelho e com muitos trechos de cordel.
O monólogo O Menestrel, do Centro de Ensino Professora Marcelina Nóia Alves, de Alto Alegre do Pindaré recebeu como premiação uma menção honrosa pela performance. Já o prêmio de melhor ator foi para o estudante Thiago Silva, que interpretou o personagem de Raimundo Nonato e para a estudante Kaylane Costa, que interpretou a Cinderela na peça “A Cinderela do Sertão”. O ator revelação foi o estudante Natan Marinho, que interpretou o Lobo em “Chapeuzinho Vermelho e o Lobo que não é Mau”.
A atriz revelação foi a Kaylane Rocha com o papel de Xica, no espetáculo “O sonho de Xica do Cerrado”. “Eu ainda estou anestesiada pela premiação. Muito feliz em ver que fomos recompensados pelo esforço e as horas de dedicação para apresentar o que temos de melhor do teatro em Auzilândia para o público”, conta emocionada Kaylane.
O melhor cenário foi para A Revolução no Reino das Tapiacas e o melhor figurino foi de a Cinderela do Certão. A melhor direção foi de Cinderela do Certão, realizada pelo professor Issac Veras. “Estou muito feliz e realizado por poder compartilhar um pouco da nossa montagem com o público. Essa apresentação demonstra é o resultado de uma superação. Passamos noite, dias dedicados ao espetáculo, e graças a Deus conquistamos esses 11 títulos”, enfatiza o premiado professor e diretor da peça A Cinderela do Serrado, Isaac Veras.
Na categoria do Ensino Fundamental, quem levou o prêmio de melhor espetáculo foi A vida de Palhaço, que retratou o cotidiano dos palhaços com as constantes viagens e a diminuição de público nos circos. Em segundo lugar ficou a encenação Páginas de Circo e de Sertão que Cabem no Coração. E em terceiro lugar, o espetáculo “O fantástico mundo de Feiurinha”. A melhor direção, melhor cenário e melhor figurino ficaram para Isaac Veras em “Vida de Palhaço”.
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